O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 5 “Bem-Aventurados os Aflitos” - Item 20
“Não estou feliz! A felicidade não é para mim!”
Esta frase exprime bem nossa falta de fé na vida futura. Parecemos não enxergar um palmo diante do nariz. Agimos como se a felicidade fosse algo inalcançável.
Acreditamos que, endinheirados, somos ou seremos felizes. Pois bem, não está provado que daquilo que “possuímos” materialmente, nada se leva após o desencarne? Até quando vamos crer que carro, casa, roupas, entre outros bens materiais, nos farão felizes?
Não estou dizendo que devemos nos despojar de todos os bens materiais e nos transformarmos em farrapos humanos, deixando tudo de lado. A racionalidade está em empregar essa riqueza material de modo inteligente, visando o bem-estar do próximo e que ela não sirva para desvios humanos de toda ordem.
Quando Jesus pronunciou a frase “A felicidade não é deste mundo”, Ele quis dizer que a Terra, em face de sua atual condição de mundo de provas e expiações, não proporciona que desfrutemos da felicidade em sua plenitude; cada um de nós tem a sua parte de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções. Isso não quer dizer que devemos ficar desmotivados e nos entregarmos aos vícios e instintos. Pelo contrário, é necessário muito esforço para nos melhorarmos e transformarmos os instintos em sentimentos, ou melhor dizer, em superioridade moral.
Talvez você pergunte: Como posso, então, ser feliz? Como progredir moralmente e transformar os vícios e instintos em sentimentos?
A resposta é simples! Somos todos devedores de amor, uns aos outros. A situação de imoralidade, criminalidade, entre outras misérias humanas, só será sanada quando transformarmos as interrogativas acima em amor, e uma das formas de praticá-lo é através da caridade.
Paulo de Tarso define a verdadeira caridade como a “reunião de todas as qualidades do coração na bondade e na benevolência para com o próximo”. Significa dizer que só teremos a real felicidade quando sentirmos, em nosso coração, que fizemos tudo aquilo que poderíamos pelo próximo, visando, sim, a sua felicidade.
E como fazer a caridade? perguntará você ainda.
Simples, inicie pelo exercício do “bom-dia” àqueles com quem convive. Mas um bom-dia, desejando a felicidade ao semelhante. Ceda seu lugar no ônibus, no trem ou no metrô. Procure uma instituição filantrópica séria e se engaje em um trabalho. Deixe de se queixar dos problemas do dia-a-dia.
Não deixe para amanhã a ajuda que pode prestar hoje.
Nossa disposição ao Bem (não apenas a intenção) transformará a mente em um verdadeiro celeiro de boas ideias e ações.
O amor ao próximo só poderá frutificar se o praticarmos. Essa prática é essencial para atingirmos a felicidade, que poderá ainda ter início neste mundo. E quando estivermos suficientemente aperfeiçoados e purificados espiritualmente, poderemos passar a viver em planetas superiores semeados por Deus ao longo do Universo ou, com nossa “transformação espiritual”, segundo nosso grau evolutivo, colaborar na mudança da Terra, de um mundo onde o mal predomina, em um mundo superior na categoria dos mundos.
É com a mente, as mãos e o coração, ligados ao Bem, que faremos a luz incandescer.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação.