O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 14 - item 9
O artigo de hoje abrange uma livre interpretação do texto de Agostinho, de 1862, contido no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
A ingratidão é um dos frutos do egoísmo, que revolta os corações honestos, e apresenta caráter ainda mais odioso sob o ponto de vista dos filhos para com os pais.
Ao deixar a Terra, o Espírito leva consigo suas características morais e intelectuais. Muitos são aqueles que desencarnam cheios de ódio e rancores; outros, entretanto, são mais evoluídos, e apresentam boa vontade para melhorar a si mesmo,
Alguns Espíritos pedem como prova a reencarnação na família daquele a quem possui animosidades. Assim, dependendo da sua maior ou menor persistência em suas boas resoluções, ele será amigo ou inimigo daqueles com quem convive. É desta forma que se explicam os ódios, as repulsas instintivas notadas inexplicavelmente em alguns adultos e crianças.
A criança que repele a seus pais não é um acontecimento ao acaso. O Espírito encarna em um corpo para progredir. E embora os filhos manifestem características físicas de seus pais, as características morais não são transmitidas do mesmo modo. As questões 207 e 208 de “O Livro dos Espíritos” nos relembra que o corpo deriva do corpo, mas o espírito não procede do espírito, porém os espíritos dos pais exercem uma grande influência sobre o espírito do filho após seu nascimento. Os espíritos têm o dever de contribuir para o progresso uns dos outros.
Assim, os espíritos dos pais têm como missão de ajudar no desenvolvimento de seus filhos através da educação, e serão culpados caso venham a falhar por negligência.
Quanto às similaridades morais que podem haver entre pais e filhos, estas são explicadas pela simpatia entre espíritos que se atraíram por suas tendências. Mas há casos em que, de pais bons e virtuosos, nascem filhos perversos, e isso pode acontecer pois o mau espírito pode ter pedido bons pais na esperança de que seus conselhos o encaminhem no bem e, muitas vezes, Deus concede essa oportunidade, como recorda a questão 209 de “O Livro dos Espíritos”.
A importante tarefa de aperfeiçoar, amar e bendizer aos filhos virá do cuidado em observá-los, e não permitir o desenvolvimento de raízes profundas no mal. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho.
Aqueles que fazem tudo o que é possível pelo adiantamento moral de seu filho e não obtém êxito, podem ficar com a consciência tranquila e com a certeza de que a obra começada será concluída noutra existência, e o filho ingrato os recompensará com amor por todo trabalho e ajuda.
Deus não dá prova além do que podemos suportar. Admiremos, portanto, a bondade de Deus que permite que entre Espíritos mais evoluídos encarnem Espíritos menos adiantados para receberem conselhos e bons exemplos para progredirem. A prova está em auxiliar os que necessitam, em ser paciente, em ser caridoso. Sem a caridade não há esquecimento dos males, não há perdão. É a caridade, portanto, o caminho que nos conduz até Deus.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.