O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 22 - item 5
Ao buscar no dicionário o significado da palavra “divórcio”, encontramos a seguinte definição: “Interrupção legal do casamento e, geralmente, efetuada na presença de um juiz.”
No sentido figurado o dicionário define o divórcio como “Qualquer tipo de separação ou rompimento entre pessoas; rompimento.”
O motivo que, normalmente, as une é a vontade de estar juntos e sob um mesmo teto. Porém, nem sempre se observa o principal “ingrediente” para que essa união perdure. Falamos aqui do amor e não da paixão que, infelizmente, muitos confundem.
Mas, afinal, o que leva duas pessoas a buscarem a separação, o divórcio?
De fato, esse rompimento, essa interrupção, como definido pelo dicionário, acontece dias, meses, talvez, até anos, antes da dissolução definitiva da união entre duas pessoas.
O término de uma relação é um momento de grande desgaste emocional e mental, um processo doloroso, para, pelo menos, uma das partes. A razão para uma tomada de decisão nesse sentido, geralmente, envolve raiva e mágoa. E, geralmente, isso ocorre devido às expectativas de um dos lados não ser atendida.
Para a manutenção de uma relação a dois é necessário, como dito há pouco, o amor. O amor tem como premissa, a renúncia, a tolerância, o perdão, o entendimento, o respeito, o diálogo, entre outros pontos, primordiais para a manutenção da relação.
Bem, o assunto é complexo e extenso para discutirmos, e o objetivo deste artigo é observar o divórcio do ponto de vista da Doutrina Espírita.
Assim sendo, o que “O Evangelho segundo o Espiritismo” diz sobre o tema?
No capítulo 22 encontraremos um item que trata exclusivamente do divórcio.
Logo no início, os Espíritos definem que “o divórcio é uma lei humana e que visa separar legalmente o que de fato já está separado e por isso não é contrário à lei de Deus porque, no divórcio, a lei do amor não foi observada.”
Há muito tempo, mesmo antes da vinda de Jesus à Terra, o afeto mútuo e sincero não eram os únicos propósitos da união entre duas pessoas e, assim, a separação poderia se tornar necessária.
Na origem da Humanidade, quando os homens não eram pervertidos pelo egoísmo, pelo orgulho e viviam segundo a Lei de Deus, as uniões eram baseadas na simpatia e não na vaidade ou ambição, desta forma não gerava repúdio entre os cônjuges. Aliás, o adultério é um dos motivos do repúdio entre os casais e ele ocorre onde não há afeição mútua e sincera.
Como podemos observar, sob a luz da Doutrina Espírita, o divórcio não é contrário à Lei Divina, entretanto, não pode ser tratado de forma leviana como é feito na atualidade. Por isso, é fundamental em uma relação o amor incondicional, ou seja, o amor que não coloca nenhuma condição para que a outra parte seja feliz, mesmo à custa do próprio sacrifício.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.