O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 19 - Itens 8, 9 e 10
“Quando deixaram Betânia, Jesus teve fome; e vendo de longe uma figueira, foi ver se ali encontrava alguma coisa e, aproximando-se dela, encontrou apenas folhas, pois não era tempo de figos.
Disse então Jesus à figueira:
— Ninguém coma nenhum fruto de ti.
E seus discípulos ouviram isso.
No dia seguinte viram que a figueira estava seca até a raiz. E Pedro, lembrando-se da palavra de Jesus, disse-lhe:
— Mestre, vê como se secou a figueira que amaldiçoaste. Jesus respondeu-lhe:
— Tende fé em Deus. Em verdade te digo que quem disser a esta montanha: Ergue-te e lança-te ao mar, e disse isso sem hesitar em seu coração, crendo firmemente, tudo o que disser se cumprirá.”
Essa parábola, contida no Evangelho de Marcos, é mais um dos importantíssimos ensinamentos deixados pelo Cristo.
Jesus veio trazer a Boa Nova, um código de conduta moral, capaz de transformar seres imperfeitos com esforço individual de cada um, em seres perfeitos.
É fato que Jesus, o Espírito mais evoluído moral e intelectualmente que já viveu sobre a Terra, por meio de seu magnetismo e sabedoria, fez uma figueira, como a que é relatada neste trecho de Marcos, secar desde a raiz. Entretanto, não é deste ponto de vista que concentraremos nossa atenção, mesmo porque, o principal ensinamento da “Parábola da figueira que secou” é o valor do trabalho e da fé.
Allan Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo (ESE), capítulo 19, nos itens de 8 a 10, relata que a “figueira seca é o símbolo das pessoas que têm apenas a aparência do bem, mas que na realidade nada produzem de bom”, ou seja, são os indivíduos capazes de falar muito bem em público, entretanto, nada trazem ou fazem, ou ainda, nada ensinam de proveitoso e substancioso.
Kardec continua: “É, também, o símbolo de todas as pessoas que têm meios de serem úteis e não o são.”
Segundo o Espiritismo, só são contabilizados como “crédito”, os trabalhos, as obras capazes de elevar moral e espiritualmente os homens. Portanto, as pessoas que não contribuem para esse aperfeiçoamento são como a figueira que não produz nenhum fruto.
Este outro trecho de ESE “De todas as fantasias, de todos os sistemas vazios, de todas as doutrinas sem base sólida.” se refere especificamente, entre outras coisas, às crenças que não se baseiam em algo sólido, como os ensinamentos de amor, dedicação e caridade, exemplificados e vivenciados por Jesus Cristo.
Em resumo, a lição que tiramos dessa passagem bíblica é que, em qualquer situação, devemos, com a orientação de Deus e com fé Nele, produzir coisas boas, coisas úteis, capazes de conduzir não só nós mesmos ao progresso, mas também o semelhante; não ao progresso financeiro como entende a maioria, mas ao progresso moral e intelectual.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.