O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 16 - Item 9 e 10
A verdadeira propriedade do homem é aquilo que ele pode levar deste mundo, ou seja, sua inteligência, seus conhecimentos e suas qualidades morais. Ninguém pode lhe tirar essas qualidades e que serão muito úteis no plano espiritual.
Quando uma pessoa vai viajar, ela arruma sua mala com aquilo que lhe será útil no país para o qual se dirige. É assim que cada um deve fazer em relação à vida futura, buscando ter tudo aquilo que será útil nela. O lugar que cada um ocupará no mundo espiritual, dependerá daquilo que fizer durante a encarnação, bem como, de suas qualidades pessoais. Ninguém será questionado sobre qual era valor da conta bancária, ou quantos imóveis possuía, quais colégios e universidades frequentou ou quais eram as marcas das roupas que usava. A única pergunta será: O que você traz consigo? Pois serão as qualidades do coração, e o bem praticado, que determinarão o lugar onde cada um de nós estará.
Os bens materiais que cada um usufrui na Terra pertencem a Deus. Esses bens não são propriedade do homem. O homem faz apenas o usufruto deles.
A questão 613 de O Livro dos Espíritos nos lembra que o homem possui como sua propriedade o espírito, que lhe confere o senso moral e a inteligência dos quais os animais carecem.
É assim que cada pessoa terá que prestar contas a Deus do uso que fez daquilo que recebeu, inclusive do que fez com a inteligência e com o corpo; pois tudo aquilo que cada um usufrui é porque Deus permitiu. Ninguém é capaz de manter uma fortuna, mesmo com os maiores cuidados, se Deus assim não quiser. Nenhuma riqueza é concedida para servir a si mesmo, ao seu orgulho.
Deus desloca a fortuna sempre que julgar necessário e a concede para quem Ele julga capaz de gerenciá-la em proveito de todos. Aquele que a usufrui, recebeu um empréstimo e não uma doação, e deve, portanto, administrá-la com sabedoria, pois cada um terá que responder pelas privações que houverem causado aos outros.
Portanto, dependerá do homem estar enriquecido com as qualidades pessoais, adquiridas com a prática do bem e do amor ao próximo. Se alguém, possuindo os bens deste mundo, vê seu irmão passando por necessidade e lhe fecha o coração, como pode amar o próximo? Não amemos só com palavras, mas com ações e de verdade. Afinal, os bens concedidos por Deus devem estimular os bons sentimentos e não a cobiça àquilo que é perecível e passageiro.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76 ed. Rio de Janeiro: FEB.Esta é uma livre interpretação.