O Livro dos Espíritos | Livro 2 "Mundo espírita ou dos espíritos" | Capítulo 9 “Intervenção dos Espíritos no mundo corporal”
Bênção e maldição, questão 557
QUESTÃO 557. A bênção e a maldição podem atrair o bem e o mal sobre aqueles a quem são lançadas?
RESPOSTA: Deus não escuta uma maldição, e aquele que a pronuncia é culpado aos Seus olhos. Como existe o bem e o mal, pode haver uma influência momentânea sobre a matéria. Mas essa influência só ocorre apenas pela vontade de Deus e como um acréscimo de prova para quem a sofre. Bênção e maldição nunca podem desviar a Providência do caminho da justiça e Sua proteção cobre apenas aqueles que a merecem. A maldição atinge aquele que é perverso.
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Muitas pessoas exclamam: “Eu não tenho sorte”. Outras dizem: “Só acontece desgraça em minha vida”. E, outras ainda, de modo extremo, dizem: “Minha vida é uma maldição”.
Se buscarmos no dicionário o significado das palavras desgraça e maldição, encontraremos as seguintes definições:
Desgraça: “Acontecimento lamentável, funesto; infortúnio, desventura. Condição de infelicidade; desdita. Situação angustiante; em que há aflição; angústia.”
Maldição: “Ato ou efeito de amaldiçoar, de maldizer, de rogar uma maldição. Palavras através das quais uma pessoa deseja o mal a outra; praga. Acontecimento cujas consequências são trágicas; desgraça, fatalidade. Expressão de ódio, de raiva: maldição.”
Com o Espiritismo, aprendemos que nós mesmos somos os responsáveis por todos os acontecimentos na vida. Entretanto, sabemos igualmente que somos emissores por meio de nossos pensamentos.
As forças mentais, irradiadas por meio do pensamento, são forças que emitimos em direção a alguém, ou alguma coisa.
Portanto, uma pessoa só recebe as radiações emitidas pelo pensamento de outra, primeiro, se Deus o permitir, ou ainda se a própria pessoa que a recebe também a permitir, pois somos dotados do livre-arbítrio. Portanto, se desejamos o bem, ou o mal a alguém, e se ela não o merecer, aquilo que emitimos por força do pensamento, não chegará ao seu destino, ou seja, aquilo que endereçamos para ela não a alcançará.
É importante lembrar que tanto o bem como o mal, retornam sempre para aquele que pensou no bem ou no mal.
Sendo assim, isso, forçosamente, nos leva a raciocinar que, se nos consideramos sem sorte, desgraçado ou infeliz, possivelmente, isto é consequência de pensamentos não elevados ou, ainda, das perturbações e mal que se tenha causado aos outros.
Como dissemos no começo deste artigo, somos responsáveis pelo que acontece em nossas próprias vidas. Daí a necessidade de seguirmos aquele que disse: “Sou o caminho, a verdade e a vida.” (Jesus)
Aquele que pensa em fazer a santa vontade de Deus e que segue os ensinamentos de Jesus, trabalha pelo bem de seu semelhante, agindo a seu favor, pensando unicamente na fraternidade e na paz. O amor é uma fonte de felicidade, exemplificada por Jesus.
Jesus, enquanto encarnado na Terra, não perdeu absolutamente tempo algum de ser útil ao seu semelhante, inclusive, todas as passagens bíblicas mostram que, Jesus, sequer pensou no mal, contra alguém.
Aquilo que fazemos de bom a alguém, inclusive por meio dos pensamentos, não se perdem.
O que chamamos de maldição, nada mais é do que a colheita de nossos maus atos e, onde quer que estejamos, ou em qualquer uma de nossas reencarnações, responderemos por estes atos. A Lei da Justiça de Deus abrange todo o Universo.
Portanto, se ainda nos consideramos sem sorte ou infelizes, é necessário mudar o sentido dos próprios pensamentos, dos atos e, igualmente, seguir e servir a Jesus e, acima de tudo, fazer a santa vontade de Deus, nosso misericordioso Pai.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.