O Livro dos Espíritos | Livro 3 “Leis morais” | Capítulo 1 “Lei divina ou natural”
Conhecimento da lei natural, questões 626 a 628
Nosso artigo de hoje contempla as questões 626 a 628 de O Livro dos Espíritos, cujo assunto é a Lei Natural.
Antes de comentarmos essas questões propriamente ditas, vamos a alguns esclarecimentos importantes para nossa compreensão do assunto.
Logo no início do capítulo 1, questão 614, Kardec pergunta aos Espíritos: “O que se deve entender por lei natural?”
A resposta conferida por eles é: “A lei natural é a Lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica a ele o que deve fazer ou deixar de fazer e o homem só é infeliz quando se afasta dela.”
Na sequência, para que não haja dúvida, uma vez que podemos imaginar se a Lei de Deus tem validade para sempre, Kardec questiona se a Lei de Deus é eterna. A resposta dos Espíritos é taxativa: “Eterna imutável como o próprio Deus.” Com esta resposta, podemos igualmente observar que a Lei de Deus não sofre qualquer modificação como as leis humanas. Tanto que, em seguida, os Espíritos esclarecem que “os homens são obrigados a modificar suas leis, por serem imperfeitas.” Portanto, a Lei de Deus, como a Lei Natural, é constante e inabalável.
A Lei Natural pode ser dividida em várias leis, incluindo, as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, progresso, justiça, amor etc.
A Lei Natural é fundamental para nossa evolução e também para a construção de um mundo mais justo e harmonioso.
Seguindo-a e respeitando-a, o homem se aproxima da verdadeira felicidade, progredindo espiritualmente, moralmente e materialmente, inclusive, compreendendo-a melhor. Ao contrário, desviando-se desta lei, fatalmente segue rumo à infelicidade e ao atraso.
Em uma frase, a Lei Natural, como as demais Lei de Deus, se aplica a todos os seres, sejam eles encarnados ou não.
As questões 626 a 628 tratam mais especificamente sobre Jesus, o ser mais “perfeito que Deus oferece ao homem para servir-lhe de guia e modelo.” (questão 625).
Todas as Leis Divinas foram reveladas gradativamente em toda Terra, desde os tempos mais antigos, por meio de emissários, profetas, filósofos, entre outros. Porém, Jesus, foi o único que revelou e ensinou aos homens essas leis em sua essência, em sua pureza, pois Jesus era um intermediário direto de Deus.
Como dito na questão 627, para ensinar os homens, Jesus empregou parábolas e linguagem quase sempre figurada conforme o grau evolutivo do povo daquela época, tornando seus ensinamentos compreensíveis a qualquer um. Porém, até hoje, temos grande dificuldade para pôr em prática seus ensinamentos. Posteriormente, vieram os ensinamentos dos Espíritos, por meio do Espiritismo, para tornar ainda mais claro aquilo que Cristo revelou.
A verdade trazida em todos os tempos e por aqueles que foram incumbidos de tal tarefa, nem sempre foram reveladas a todos.
Como demonstrado na questão seguinte, 628, “cada coisa deve vir a seu tempo. A verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se com ela pouco a pouco. Do contrário, fica deslumbrado.”
A razão nos mostra que as verdades devem ser reveladas gradualmente. Do mesmo modo que não se ensina equações matemáticas a quem não conhece aritmética.
Antes de sua vinda a Terra, Jesus enviou diversos emissários para revelar as Leis Divinas aos homens, porém, de modo restrito, esses emissários trouxeram apenas o que os seres humanos eram capazes de compreender. Porém, à medida que o homem se instrui e também pela evolução de sua capacidade moral e intelectual, Deus permite que, a cada dia, o homem receba mais informações e confirmações para melhor entendimento da verdade.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.