O Livro dos Espíritos | Livro 3 "Leis Morais" | Capítulo 6 “Lei de destruição”
Crueldade, questões 752 a 756
Hoje, o tema de nosso artigo é sobre crueldade. Tema abordado de modo objetivo em “O Livro dos Espíritos” (LE). Nele, a primeira questão que encontramos sobre isto é a 752, que diz:
“Podemos ligar o sentimento de crueldade ao instinto de destruição?
É o pior instinto de destruição, porque se a destruição, às vezes, é uma necessidade, a crueldade nunca o é; é sempre o resultado de uma natureza má.
A primeira coisa que pode chamar nossa atenção nesta resposta é que a “destruição, às vezes, é uma necessidade”. O LE esclarece, igualmente, que a destruição é uma Lei da Natureza. Esclarece ainda que: “Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. O que o homem chama de destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a regeneração e melhoria dos seres vivos.”
Entretanto, Kardec, antecipando a dúvida que qualquer um de nós poderia ter, pergunta aos Espíritos: “Se a destruição é necessária para a regeneração dos seres, por que a Natureza os cerca de meios de preservação e conservação?” (Questão 729 de LE)
A resposta é: “Para evitar a destruição antes do tempo necessário. Toda destruição antecipada entrava o desenvolvimento do princípio inteligente. Foi por isso que Deus deu a cada ser a necessidade de viver e de se reproduzir.”
Isto nos leva, também, a outra pergunta, explanada por Kardec: “Que pensar da destruição que ultrapassa os limites das necessidades e da segurança; da caça, por exemplo, quando não tem por objetivo senão o prazer de destruir, sem utilidade?” (Questão 735 de LE)
“Predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam, mas o homem, que tem o livre-arbítrio, destroi sem necessidade. Prestará contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois nesses casos ele cede aos maus instintos.”
Por essas respostas, concedida a Kardec pelos Espíritos Superiores, é perfeitamente possível observar que crueldade e instinto de destruição são coisas bem distintas.
A crueldade acontece quando nos deixamos ser dominados pela brutalidade.
Aquele que atingiu um certo grau de compreensão, capaz de discernir entre o bem e o mal, precisa analisar seus atos e não permitir que a maldade o domine.
Quando somos, eventualmente, jogados uns contra os outros, muitas vezes, deixamos de lado o sentimento de fraternidade e, cegos pelo ódio, entregamo-nos à crueldade.
Para isso, a oração, o trabalho no bem, de modo desinteressado, em favor dos mais necessitados, são meios poderosos para nos protegermos contra as investidas do mal, contra as nossas próprias más tendências e instintos inferiores.
Jesus, em todo tempo que esteve encarnado na Terra, exemplificou o amor ao próximo e nos deixou Seu Evangelho, que devemos cultivar e fazer crescer dentro de nós.
É preciso dar ouvidos a tudo o que Jesus disse e ensinou, principalmente, nos momentos em que somos contrariados, elevando nossos pensamentos e sentimentos, assegurando, assim, a paz dentro de si mesmo.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.