O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 8 - Itens 1 a 4
“Disse Jesus:
— Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.” (Mateus 5:8)
“Traziam até Jesus algumas crianças para que eles as abençoasse, mas seus discípulos repreendiam, com palavras duras, todos aqueles que as traziam.
Jesus, ao vê-los fazendo isso, disse:
— Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Em verdade vos digo, que aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele.
Depois as abençoou, impondo Suas mãos sobre elas.” (Marcos 10:13-16.)
Jesus apresenta a criança como modelo de pureza de coração e ensina que se não formos semelhantes a ela não receberemos o Reino de Deus.
Mas o que é receber o Reino de Deus?
O Reino de Deus é o tema central dos ensinamentos de Jesus. Não é um local, mas sim a mudança que deve ser feita em nós mesmos para sermos merecedores de todas as bênçãos de Deus em qualquer local que estejamos. É a busca constante da prática das Leis de Deus, da conquista de nosso aprimoramento moral, de trazermos a pureza no coração, de sermos simples e humildes, de trabalharmos na Seara de Jesus, de colaboramos para evolução da Humanidade, de colaborarmos com a evolução do nosso planeta, de perdoarmos, de “amarmos o próximo como si mesmo e a Deus sob todas as coisas”, de nos aproximarmos de Deus, dia após dia, através de nossos atos e pensamentos. Assim, receberemos o Reino de Deus, traremos o Reino de Deus em nossos corações, renovados no bem.
A pureza do coração junto com a simplicidade e a humildade fazem com que o egoísmo e o orgulho sejam retirados de nossos pensamentos e atitudes.
Quando Jesus toma a criança como modelo de pureza de coração pode até parecer estranho, porque o espírito da criança pode ser bem velho e, também, porque a criança, ao reencarnar, traz consigo todas as imperfeições de vidas anteriores. Mas a comparação de Jesus, leva em consideração a fase que a criança mostra a sua inocência e sinceridade, e ela ainda não mostrou as suas más tendências. Foi por isso que Jesus disse que o Reino de Deus é para aqueles que são semelhantes a elas.
O espírito, quando vai encarnar, necessita de um estado transitório que serve de ponto de partida para a sua nova existência terrena e para fazê-lo esquecer daquilo que poderia prejudicá-lo. Ao se aproximar da reencarnação, o espírito vai perdendo gradualmente a consciência que tem de si mesmo e fica durante um certo tempo em uma espécie de sono, onde todas as suas características permanecem adormecidas.
A criança quando nasce precisa de cuidados especiais e os responsáveis os envolvem com estes cuidados e ternura que aumenta de acordo com a necessidade da criança. Para a mãe, seu filho é sempre um anjo e é preciso que isso seja desta forma para que a criança cative a sua solicitude. Isso poderia não ocorrer se a criança mostrasse o comportamento (suas tendências e ideias de acordo com os seus anos de reencarnação, e isso poderia também ser um problema se os responsáveis descobrissem que a conheceram ou conviveram com a criança no passado. Pode ser que a criança não tivesse o mesmo tratamento que é dado para uma criança inocente.
Desde o nascimento, os órgãos da criança vão se desenvolvendo e, à medida que progridem, a criança vai mostrando sua personalidade. Por isso, nos primeiros anos, a criança é, geralmente, doce, porque suas inclinações e tendências estão adormecidas. Assim, o espírito da criança está mais maleável, tornando a tarefa dos pais ou responsáveis mais fácil para ajudá-la a progredir.
Por isso, a importância dos pais colaborarem com a pureza de coração da criança, dando-lhe bons exemplos, fazendo com que ela encontre Jesus desde pequena e, assim, os pais contribuem para que o egoísmo e orgulho não a contamine e que bondade, a simplicidade e a humildade façam sempre parte de sua vida.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.