O Livro dos Espíritos | Livro 3 "Leis morais" | Capítulo 9 “Lei de igualdade”
Desigualdades de aptidões, questões 804 e 805
Deus, sendo soberanamente justo e bondoso, criou (e continua criando) todos os espíritos iguais. Sendo assim, cada um foi criado a mais ou menos tempo. Por consequência, cada um adquiriu mais ou menos experiências e aptidões.
Essas aptidões são alcançadas por meio da vontade, conforme o livre-arbítrio. Por isso, uns se aperfeiçoam mais rápido que outros e é, também, por isso que vemos espíritos em diferentes graus, seja do ponto de vista intelectual ou moral.
As aptidões, sejam elas físicas ou mentais, devem ser utilizadas para o bem, para se cumprir os desígnios de Deus. Desse modo, todos têm atribuições e obrigações a serem desempenhadas.
Precisamos viver em sociedade e, sendo assim, precisamos uns dos outros. E o progresso, só acontece quando se vive em sociedade e isso ocorre em todos os segmentos da população.
Ao viver em comunidade, seres de diferentes aptidões vivem em conjunto. Com isso, diferenças de vários aspectos entre eles podem gerar inimizades e contrariedades. Assim, é preciso buscar os ensinamentos de Jesus Cristo, por exemplo: “Tudo quanto quereis que os homens vos façam, assim fazei também vós a eles” (Mateus 7:12) para que haja respeito, entendimento e principalmente perdão. Mesmo diante das contrariedades um recurso muito importante para isso é a prece, uma vez que a prece acalma, melhorando o ambiente em que se convive.
No aspecto “perdão”, Marcos, em seu Evangelho, relata as palavras de Jesus, que dizem:
“E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.” (Marcos 11:25)
É assim que uma pessoa, superior moralmente, não se ofende, pois não deixa que a mágoa penetre seu coração.
Mas o que isto tem a ver com as aptidões de cada um?
Allan Kardec, no comentário da questão 805 de O Livro dos Espíritos esclarece que: “a diversidade de aptidões entre os homens não deriva da natureza íntima da sua criação, mas do grau de aperfeiçoamento a que tenham chegado os Espíritos encarnados neles. Deus, portanto, não criou faculdades desiguais; permitiu, porém, que os Espíritos em graus diversos de desenvolvimento estivessem em contato, para que os mais adiantados pudessem auxiliar o progresso dos mais atrasados e também para que os homens, necessitando uns dos outros, compreendessem a lei de caridade que os deve unir.”
As aptidões que cada um adquire vem de uma lei natural, de uma Lei de Deus, uma vez que todos são envolvidos pelo amor universal do Criador.
Quando todos despertarmos nossa consciência para os reais valores da vida, despertaremos a vontade interna para adquirir novas aptidões que se traduzem na aquisição de qualidades reais, tais como a do “Homem de Bem”, tão bem descritas em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Esse despertar da consciência, fará com que utilizemos uma força poderosa, chamada fé, amplamente utilizada por Jesus, quando encarnado na Terra, fazendo com que doentes ficassem curados; cegos pudessem enxergar. Jesus demonstrou a todos que, aquele que tem Deus em seu coração, fé e vontade, movida pelo livre-arbítrio, e “não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” (Marcos 11:23)
Portanto, se ainda não temos certas aptidões, precisamos desenvolvê-las!
Sendo assim, qual será, então, nosso dever?
Trabalhar incansavelmente para obtê-las, por meio único e exclusivo da caridade e do estudo, uma vez que “o progresso moral é consequência do intelectual.” (questão 780 de O Livro dos Espíritos)
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.