O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 16 - Item 14 e 15
O artigo de hoje contém uma livre interpretação do texto de Luís, de 1860 e de Lacordaire, de 1863.
O maior obstáculo ao progresso é o orgulho e o egoísmo, como nos lembra a questão 785 de O Livro dos Espíritos.
A paixão pelos bens materiais é um dos maiores empecilhos para a evolução moral e espiritual do homem, pois o apego a tais bens faz com que ele se volte apenas ao que é material.
É compreensível que aquele que se empenhou e ganhou uma fortuna através do trabalho assíduo sinta uma satisfação, que é aprovada por Deus. Mas há quem se apega a essa fortuna, canalizando todos os sentimentos e paralisando os impulsos generosos do coração.
Os bens que Deus confiou ao homem devem estimular os bons sentimentos e não a cobiça àquilo que é perecível e passageiro. É a caridade a virtude que ensina o rico a doar sem humilhar aquele que recebe.
Não se deve esquecer que a fortuna, seja ela proveniente de uma herança ou do trabalho, vem de Deus e a Deus retorna, pois nada que existe na Terra pertence ao homem. O homem é apenas detentor dos bens que Deus lhe confiou, e aquele que recebe esse empréstimo deve atender a condição de que o supérfluo seja revertido para os que não possuem o necessário para viver, e não utilizá-los apenas para seu proveito pessoal.
Mas como distinguir o que é necessário daquilo que é supérfluo? As questões 715 e 716 de O Livro dos Espíritos esclarecem que aquele que é sensato conhece esse limite por intuição, mas os vícios alteraram e criaram necessidades para o homem que não são reais.
O verdadeiro valor da fortuna está em saber servir-se dela para beneficiar o próximo e não a utilizar apenas para si mesmo. Deus a concede para quem Ele julga capaz de gerenciá-la em proveito de todos. Aquele que a têm recebeu um empréstimo e não uma doação, e deve, portanto, administrá-la com sabedoria, pois cada um terá que responder pelas privações que houverem causado aos outros.
É importante lembrar que a vontade do homem de conservar a fortuna na sua família está sempre submetida à vontade de Deus, uma vez que a justiça Divina poderá impedir os herdeiros de tê-la, quando Deus julgar necessário do ponto de vista espiritual e de provas e expiações.
O homem tem o direito de transmitir a fortuna a seus descendentes, mas essa transmissão estará sempre subordinada aos desígnios de Deus.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76 ed. Rio de Janeiro: FEB.Esta é uma livre interpretação.