O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 12 - Itens 1 a 4
Se o amor ao próximo é o princípio da caridade, amar os inimigos é a sua aplicação sublime, pois esta virtude é uma das maiores vitórias sobre o egoísmo e o orgulho.
Quando Jesus disse “Amai os seus inimigos” (Mateus 5:44), Ele não disse que o homem deve ter a mesma ternura pelos inimigos, que se tem por um irmão ou amigo, pois ternura pressupõe confiança.
Amar os inimigos é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. É perdoá-los sem segunda intenção e sem nenhuma condição. É não criar obstáculos à reconciliação. É desejar-lhes o bem em vez de desejar-lhes o mal. É estender uma mão amiga quando necessitarem. É rejeitar palavras e ações que possam prejudicá-los. É, enfim, devolver o mal com o bem, sem intenção de humilhá-los.
Jesus disse: “Se alguém lhe bater num lado da face, apresenta-lhe a outra também" (Lucas 6:29).
Para o orgulhoso esta frase pode soar como covardia, pois sua visão não ultrapassa a vida presente e, assim, não compreende a coragem empregada em suportar um insulto. Contudo, Jesus não quis dizer que não é necessário por um freio às agressões, pois o próprio instinto de defesa é uma Lei da Natureza. Mas suas palavras condenam veemente a vingança.
Quando Jesus disse: “Quem matou com a espada, pela espada morrerá” (Mateus 26:52), Ele fez referência à justiça de Deus e não à vingança, lembrando-nos que aquele que foi causa de sofrimento de seus semelhantes coloca-se em uma condição onde sofrerá o que fez os outros sofrer. Afinal, a Lei de Deus resume-se no amor a Deus e ao próximo, e em fazer o bem.
Jesus disse ainda: “Amai os vossos inimigos e rezai pelo que vos perseguem, para que sejais filhos de vosso Pai celeste que faz nascer o sol para os maus e para os bons, e faz cair chuva sobre os justos e os injustos. De fato, se amais os que vos amam, que merecimento tereis?” (Mateus 5:44-46).
Portanto, o homem deve aceitar com humildade tudo o que possa abater seu orgulho, pagando o mal que lhe fazem com o bem, sendo humilde e suportando pacientemente uma injustiça, ao invés de praticar outra, pois mais vale ser ofendido do que ofender, ser enganado do que enganar, ser arruinado do que arruinar os outros.
O Espírita acredita na vida futura; ele sabe que durante a vida atual encontrará a maldade, e que isso faz parte das provas que deve enfrentar, tornando-as menos amargas. Ele sabe que é uma oportunidade para desenvolver a paciência, a resignação, o perdão e isso o protegerá da maldade. Ele busca ser mais nobre, generoso e evoluir espiritualmente. É, por isso, que quanto mais o homem elevar seu pensamento acima da vida material, menos ele se ofenderá com as coisas da Terra.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.