O Livro dos Espíritos | Livro 4 “Esperanças e consolações” | Capítulo 2 “Punições e prazeres futuros”
Duração das penas futuras, questão 1009 Segundo Paulo, o Apóstolo
Em seu quarto livro, “Esperanças e consolações”, capítulo 2, intitulado “Punições e prazeres futuros” de O Livro dos Espíritos, a questão 1009 formulada aos Espíritos é: “As punições impostas são por toda a Eternidade?”
A resposta a essa pergunta foi fornecida por quatro grandes Espíritos. São eles: Santo Agostinho, Lamennais, Platão e Paulo, o Apóstolo.
Nosso artigo de hoje se concentra apenas na resposta de Paulo, o Apóstolo.
Mas antes de abordarmos a resposta fornecida por Paulo, o Apóstolo, reflitamos um pouco sobre a palavra “punição”.
Segundo o dicionário, punição significa: “Pena; condenação imposta por um juiz à pessoa que cometeu um crime. Castigo, recriminação feita a alguém.”
Somos "especialistas" em condenar o outro, em apontar-lhe o dedo. Para isto, basta que ele faça algo que nos desagrade ou contrarie. E o que pensamos quando vemos pelos jornais ou TV, ou ficamos sabendo que alguém cometeu um delito, um crime? Dificilmente observamos aquilo que o Evangelho nos fala sobre “caridade com os criminosos" (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 11, item 14), sem fazer qualquer julgamento pessoal, seguindo o que Jesus disse: “Não julguem, para que vocês não sejam julgados.” (Mateus 7:1)
Mesmo assim, mesmo Jesus tendo dito para não julgarmos, continuamos a teimar, sendo juízes severos com o outro. Acreditamos que cometeu certos crimes merece uma punição eterna, perpétua.
Entretanto, como Espíritas, sabemos que cabe unicamente a Deus julgar nossos atos.
Como Espíritas sabemos que, segundo a Justiça Divina não existe punição ou pena eterna.
Se fosse assim, o que seria Deus?
Sabemos que Deus é todo bondade, todo amor e todo caridade. Porém, Ele pode impor uma pena (como consequência de um ato irresponsável nosso), mas, essa pena visa única e exclusivamente o progresso do espírito, ressaltando que essa pena não é para sempre. Essa pena visa o aprendizado.
Lembramos aqui que existem Leis Divinas, imutáveis e, essas sim, eternas e que devem ser respeitadas (os Dez Mandamentos, por exemplo, continuam válidos).
E quanto à Paulo, o Apóstolo, qual é a resposta sobre essa questão das punições, das penas, serem eternas?
Colocamos aqui, um resumo, de sua resposta:
“Ir em direção à Deus é o objetivo da Humanidade; para isso são necessárias três coisas: justiça, amor e Ciência; três coisas lhe são opostas e contrárias: a ignorância, o ódio e a injustiça.
Ao persistir na fantasia assustadora de um inferno com fornalhas ardentes e caldeiras em ebulição, o homem gera a descrença, a mãe de toda desorganização social.
O culpado é sempre aquele que se desvia do objetivo da Criação Divina, que consiste no culto harmonioso do belo e do bem, idealizados pelo modelo humano, pelo Homem-Deus, Jesus Cristo.
A consequência desse desvio é a prova do sofrimento, que estimula a alma a retornar ao caminho da salvação.
A punição tem por objetivo a reabilitação e a recuperação.
Querer que a punição seja eterna, por uma falta que não é eterna, é negar a razão de ser.
É preciso parar de comparar o bem, que é essência de Deus, com o mal, que é essência da criatura humana.
É preciso entender que a diminuição gradual das punições e das penas acontece com a reencarnação, santificando a unidade divina, com a razão unida ao sentimento.”
Como podemos observar, na sábia resposta do magnânimo Apóstolo Paulo, Deus espera que nos aperfeiçoemos, nos purifiquemos, indo em Sua direção e, para isso, é necessário o amor, acima de tudo.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.