O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 16 - Itens 11 a 13
Disse Jesus, “Não podeis servir a Deus a Mamom”.
Em outras palavras, aquele que venderia sua alma pelo dinheiro, não pode servir a Deus.
Quando se sente que a alma é dominada pela cobiça, pela ambição ou pela ganância por aquilo que é material e, ainda, que faria qualquer coisa, a qualquer custo, para obter esses bens, é necessário avaliar os próprios princípios, pois esses princípios estão absolutamente fora da razão e, principalmente, fora desta máxima de Jesus.
Muita gente acredita que o dinheiro deve servir apenas aos seus prazeres materiais e, com isso, se esquece que a fortuna deve estimular sua inteligência para servir ao próximo. Claro, não estamos dizendo com isso, que deve-se ficar alheio ao conforto que o dinheiro pode proporcionar. Entretanto, utilizar a fortuna apenas para benefício próprio, é sinal de egoísmo e, também, de orgulho.
Qual será, então, o uso correto da fortuna?
Busquemos a solução em outra frase de Jesus: “Amai-vos uns aos outros.”
Aquele que ama seu próximo certamente faz a caridade, praticando a beneficência, utilizando a riqueza que lhe foi confiada por Deus, em favor daquele que possui menos que ele.
Aquele que é rico, pode doar daquilo que lhe sobra, mas pode igualmente doar do que lhe é necessário.
Aquele que é rico, pode ainda gerar trabalho, emprego, educação para aquele que, muitas vezes, não tem o que comer ou vestir.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 16, item 12, o espírito, autor do referido item, é claro ao analisar a posição do homem em relação a riqueza: “Quando considero a brevidade da vida, fico dolorosamente impressionado pela incessante preocupação que o bem-estar material tem para vós, atribui tão pouca importância e dedica tão pouco tempo ou nenhum ao vosso aperfeiçoamento moral, no entanto, isto é o que importa para a Eternidade.”
Em outras palavras, notamos que, quase sempre, colocamos o bem-estar material, acima de nossa evolução espiritual, sem se perceber que a evolução espiritual e moral é a que realmente valerá quando retornarmos à pátria espiritual.
As atividades que o homem desenvolve utilizando a fortuna, a riqueza, deve ser de interesse da Humanidade e não para satisfazer suas necessidades exageradas de vaidade.
Quantas tristezas e preocupações acumulam-se em aumentar uma fortuna que, muitas vezes, é mais do que suficiente para viver.
Todo aquele que negligencia os benefícios que poderiam ser levados ao seu próximo, por meio da fortuna, por conta de seu orgulho e egoísmo, negligencia também seu próprio espírito. Demonstra com isso que se tornou escravo do dinheiro.
O homem é apenas um administrador dos bens que Deus lhe pôs nas mãos e que ele deverá prestar contas do que fez com esses bens, em virtude de seu livre-arbítrio.
A fortuna deve ser empregada para o bem dos outros. Ela é um meio para aliviar a fome, preservar do frio aqueles que não tem para onde ir ou o que vestir. Porém, tem mais mérito ainda, aquele que utiliza a fortuna para prevenir a miséria, abrindo postos de trabalho a quem necessita e, assim, obter seu sustento com esforço. A fortuna deve espalhar fertilidade.
Aquele que faz bom uso dela viverá plenamente os prazeres da alma e, quando deixar a Terra, o Soberano Mestre lhe dirá: “Ó servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor.”
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.