O Livro dos Espíritos | Livro 2 "Mundo espírita ou dos espíritos" | Capítulo 9 “Intervenção dos Espíritos no mundo corporal”
Espíritos durante os combates, questões 541 a 548
A Terra é um mundo de provas e expiações, onde o mal predomina, por isso, alguns, para resolverem problemas, ainda optam pela violência, pelo ódio, por batalhas, pelas guerras, por combates e, nesse sentido, como ficam os espíritos durante os combates?
A seguir, um relato das explicações dadas pelos Espíritos Superiores e por Allan Kardec, contidas em “O Livro dos Espíritos” nas questões 541 a 548.
Durante uma guerra há espíritos que auxiliam e apoiam cada uma das partes envolvidas estimulando a coragem, Kardec nos explica que as civilizações antigas representavam os deuses, figuras alegóricas, que tomavam partido por cada povo envolvido; sabemos que estes deuses representavam os espíritos de diferentes graus evolutivos que auxiliavam e apoiavam cada um dos lados envolvidos em uma guerra.
Durante uma guerra, a justiça da causa está sempre de um lado, mas, há espíritos que ficam do lado daqueles que estão errados, porque são espíritos inferiores que só buscam discórdia e destruição; para eles, pouco importa a justiça e a causa de uma guerra, para eles guerra é guerra.
Certos espíritos podem influenciar o general na elaboração de seus planos de campanha, inclusive com relação a todas as outras concepções. E os maus espíritos podem também influenciá-lo com estratégias falhas com objetivo de levá-lo à derrota, porém o general tem o livre-arbítrio e arcará com a consequência de seu julgamento, por não distinguir uma ideia falsa.
Às vezes, o general pode ser guiado por uma espécie de visão intuitiva, chamada de inspiração, que lhe mostra antecipadamente o resultado de sua estratégia, fazendo-o agir com alguma certeza. Essa inspiração vem dos espíritos que o intuem e que aproveitam suas habilidades.
Alguns espíritos, que morrem durante um combate, continuam interessados na batalha mesmo após a sua morte, porém há outros que se afastam.
Segundo Kardec, em uma morte violenta, durante uma batalha, no primeiro momento, o espírito é surpreendido e se sente como que atordoado, não acredita que está morto, para ele parece ainda fazer parte da batalha. Só aos poucos lhe surge a realidade, deixando o estado de perturbação.
Aqueles que durante uma batalha lutaram entre si, depois de mortos, nunca estão calmos, continuam ouvindo o barulho da batalha e, ainda, podem ficar com ódio de seu inimigo e até mesmo persegui-lo. Mas quando o espírito se acalma, sua animosidade pode se transformar em arrependimento. No entanto, ele ainda pode conservar alguns vestígios, mais ou menos fortes, conforme o seu caráter, conforme seu grau de evolução moral e espiritual.
Durante o combate há poucas mortes instantâneas. Na maioria das vezes, o espírito que acabou de ter o seu corpo atingido mortalmente, de imediato, não está ciente disso; quando ele começa a retomar a consciência e reconhecer a sua situação, é que os assistentes espirituais podem distingui-lo, se movimentando ao lado do cadáver.
Assim como nos combates, os espíritos influenciam nossas vidas de um modo geral, de maneira individual ou coletiva. Existem guerras físicas e mentais, que também ligam o homem ao mal. Por isso, a importância de orar, vigiar, perdoar e trabalhar no bem.
Na Oração “Pai Nosso”, Jesus ensina a buscarmos ajuda de Deus quanto ao perdão através da frase: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” (Mateus 6:12)
Nela pedimos a misericórdia de Deus para as nossas ofensas, prometendo que nos esforçaremos para sermos também misericordiosos, perdoando a quem nos ofendeu.
Portanto, o que leva o homem a guerra é a falta de perdão, falta de amor, falta de boa vontade, falta de Deus no coração.
Em mundos evoluídos não há guerras, não há combates, porque o homem compreende a justiça e pratica as Leis de Deus.
Que tenhamos força para eliminar em nossas almas todo ressentimento, ódio e rancor para que, se Deus nos retirar hoje deste mundo, estejamos livres de toda hostilidade, assim como o Mestre Jesus.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.