O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 5 - item 11

Em “O Livro dos Espíritos”, questão 392, Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores:

“Por que o Espírito, quando encarnado, perde a lembrança do seu passado?”

A resposta é:

“Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado, o homem é mais senhor de si.”

Sabemos que, durante a vida corpórea, não temos a lembrança do que fomos e do que fizemos em existências anteriores. Entretanto, temos a intuição e, por meio de nossas tendências instintivas atuais e do nosso caráter, podemos ter ideia do que fomos no passado.

O espírito renasce, muitas vezes, no meio que já viveu. Volta restabelecer relações com as mesmas pessoas de seu passado, a fim de reparar qualquer mal que lhes tenha feito. Se lembrasse, por exemplo, do ódio que sentiu por alguém, talvez esse ódio fosse despertado em seu íntimo novamente. Em outra situação, poderia também se sentir humilhado perante as pessoas a quem um dia tenha ofendido.

Alguns alegam que o esquecimento do passado é uma dificuldade para progredir espiritualmente. Entretanto, conforme está assinalado em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 5, item, 11, “Se Deus lançou um véu sobre o passado, é que isso deve ser útil.”.

O espírito, uma vez desencarnado, ou seja, de volta ao mundo espiritual, vê as faltas que cometeu na vida anterior e como poderia ter evitado estas faltas. Reconhece que sua situação é justa e, com isso, busca escolher provas semelhantes às que não soube aproveitar e aquelas que considera adequadas ao seu adiantamento. Pede aos Espíritos Superiores que o ajudem na nova reencarnação.

Cada nova existência é um novo ponto de partida para o espírito, uma nova oportunidade de se melhorar. Suas más tendências vão indicar o que deve corrigir em si mesmo. O homem também adquire, nestas novas existências, mais inteligência e meios de distinguir o bem do mal.

Em resumo, pouco importa saber o que foi antes, devemos aproveitar o agora para melhorarmos. Lembremos que, se hoje sofre, é porque fez o mal.

Equipe Vida e Espiritismo

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