O Livro dos Espíritos | Livro 4 “Esperanças e consolações” | Capítulo 1 “Punições e prazeres terrenos”
Felicidade e infelicidade relativas, questões 920 a 927
A Terra é um mundo de provas e expiação. Sendo assim, na maior parte das vezes, a encarnação do homem é de prova ou expiação, portanto ele não pode desfrutar de completa felicidade na Terra. Porém, o homem é, quase sempre, o autor de sua própria infelicidade, porque sofre o que fez os outros sofrerem; sofre as consequências de seus erros, excessos e vícios.
Só depende dele mesmo abrandar seu sofrimento, praticando a Lei de Deus, tendo fé no futuro, valorizando a vida moral, tendo a consciência tranquila por ter praticado o bem, por ter feito o que é correto, com responsabilidade. Assim será tão feliz quanto é possível ser na Terra.
Segundo Kardec: “o homem que conhece bem o seu futuro vê na vida corporal apenas uma parada passageira em uma pousada ruim e se consola pelos inconvenientes de uma viagem que deveria levá-lo a uma posição melhor, se ele tivesse se preparado antecipadamente.”
O homem sempre deve ser resignado e, se quiser progredir, deve suportar os sofrimentos sem murmurar. Caso faça o que for necessário terá o consolo da esperança de um futuro melhor.
Às vezes, algumas pessoas pensam que o bem material as faria felizes e, até mesmo, se perguntam por que Deus proporciona a riqueza a certos homens, que aparentemente não a merecem. Mas Deus sabe o que é de merecimento de cada um e, além disso, a riqueza é uma prova, muitas vezes, mais perigosa que a pobreza.
Há pessoas que possuem muito mais do que necessitam e se deixam levar pelas necessidades superficiais que a sociedade cria, gerando, para si mesmas, aflições e sofrimentos.
Porém aquele que limita seus desejos, sem invejar o que está além de suas possibilidades, evita muitos aborrecimentos na vida. O mais rico é aquele que tem menos necessidades.
Muitos invejam os prazeres daqueles que aparentam ser os mais felizes do mundo. Contudo todo aquele que desfruta das coisas materiais apenas para si mesmo, é egoísta e sofrerá as consequências desse egoísmo. Deus permite que, às vezes, os maus prosperem, entretanto eles pagarão com lágrimas amargas. Quando uma pessoa justa é infeliz, isso representa uma prova para ela e que lhe será levada em conta, se a suportar com coragem. É preciso lembrar do que Jesus disse: “Bem-aventurado os que sofrem, porque serão consolados.” (Mateus, 5:4)
O supérfluo não é essencial à felicidade, mas o homem é infeliz quando lhe falta o que é necessário para a vida e para a saúde do corpo. Entretanto, a falta do necessário pode ser consequência de suas próprias faltas. Sendo assim, o homem deve reclamar de si mesmo. Se a falta for culpa de outro, a responsabilidade cairá sobre aquele que a tiver causado.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.