O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 14 - Itens 3 e 4
Devemos fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que o próximo nos fizessem e para nossos pais ou aqueles que ocupam o lugar deles, necessitamos ir além, cumprindo religiosamente o mandamento “Honre seu pai e sua mãe”.
A caridade precisa ser aplicada a todos, mas honrar seu pai e sua mãe inclui ainda o dever da piedade filial.
Por estarmos encarnados já devemos ser gratos a Deus e a nossos pais. Mas a piedade filial vai além da gratidão. Todas as virtudes que a caridade manda que sejam feitas ao próximo, devem ser cumpridas de forma mais rigorosa para com aqueles que ocupam o lugar de pai e mãe.
Ao amor para com os pais precisamos acrescentar respeito, consideração, tolerância, bondade, perdão. Devemos atendê-los em suas necessidades; dar-lhes descanso na velhice; envolvê-los com atenção como fizeram por nós em nossa infância e no decorrer da nossa vida.
Arcaremos junto a Deus as consequências de qualquer violação do mandamento “Honre seu pai e sua mãe”!
No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec escreveu:
“É especialmente para com os pais sem recursos que a verdadeira piedade filial é demonstrada. Será que aqueles que acreditam que estão fazendo um grande esforço dando-lhes apenas o suficiente para não passarem fome, quando eles próprios não se privam de nada, estão cumprindo este mandamento? Relegando-os aos menores cômodos da casa, para não deixá-los na rua, enquanto eles reservam para si o que é melhor, mais confortável? Felizes ainda quando não o fazem com má vontade e não os fazem ganhar o tempo que lhes resta de viver descarregando sobre eles o cansaço da casa! Então, cabe aos pais velhos e fracos serem servos de filhos jovens e fortes? A mãe deles vendia o leite quando eles estavam no berço? Ela contou suas vigílias quando eles estavam doentes, seus passos para conseguir o que eles precisavam?”
Sabemos que a resposta é “não” para cada uma destas perguntas!
Pela dívida sagrada que temos com os nossos pais devemos ir muito além de atendê-los em suas necessidades básicas, devemos a eles as alegrias do supérfluo, as atenções, os cuidados delicados. Somente esta piedade filial é aceita por Deus.
E Kardec continua:
“Ai, pois, daquele que se esquece do que deve aos que o apoiaram na sua fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes impuseram a si próprios duras privações para garantir o seu bem; Ai do ingrato, pois será punido com ingratidão e abandono; ele será atingido em suas afeições mais queridas, às vezes em sua vida presente, mas certamente em outra existência, onde suportará o que fez outros suportar.”
É fato que alguns pais ignoraram os seus deveres ou os delegam para outros, mas só cabe a Deus julgar, não cabe aos filhos fazerem isso, censurá-los, castigá-los ou qualquer outra ação, pois somente Deus sabe sobre as ocorrências em outras existências e o que cada um já fez para o outro.
Jesus nos ensinou que fora da caridade não há salvação, que devemos retribuir o mal com o bem, ser indulgente com as imperfeições dos outros, não divulgar o mal do próximo, devemos perdoar os erros até dos inimigos, então maior é a obrigação para com os pais. O que é ruim fazer aos outros é pior ainda fazer aos pais, porque além da falta de caridade, acrescenta-se a ingratidão.
No momento de dificuldade, façamos preces pedindo orientação a Deus para termos boa-vontade e seguirmos com boa-vontade para com aqueles que nos permitiram a vida!
Sejamos gratos a Deus, sabendo que cada um tem os melhores pais que Deus permitiu.
Sejamos gratos aos nossos pais!
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.