O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 5 “Bem-aventurados os mansos e os pacificadores ” - item 1
"Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra". Mateus 5:5
Valorizamos mais aos bens materiais que aos bens espirituais. E isto, tem causado um grande atraso em nossa evolução!
Para alguns, esta afirmação poderá parecer descabida e contrária ao que se tem observado, pois, ao mesmo tempo, verificamos que estamos evoluindo mais rápido do que se possa imaginar. Parece um paradoxo, porém, esta “evolução” se refere ao campo material e não à “evolução moral”.
Não temos a pretensão de exprimir que a evolução material, ou melhor, que a evolução das ciências, por exemplo, tem pouca ou nenhuma importância.
Basta notarmos como a medicina, somada à alta tecnologia, vem progredindo. Equipamentos e medicamentos cada vez mais sofisticados, têm se mostrado eficazes no diagnóstico e tratamento de algumas doenças que, até pouco tempo, eram tidas como indetectáveis e sem cura. Sob este ponto de vista, verificamos que a evolução material, tem servido claramente a evolução moral, já que muitos seres se beneficiam deste progresso e, assim, evoluem espiritualmente.
Porém, se bem observarmos, notaremos que a evolução material, sobre outros aspectos, tem sido percebida, para grande parte da população, apenas para a satisfação dos sentidos carnais, ou seja, daquilo que conhecemos muito bem, para a satisfação do orgulho e do egoísmo.
Pois bem, quando desviamos nossos pensamentos apenas para este tipo de satisfação, as emoções e as sensações se modificam, influenciando diretamente a saúde psíquica e física. Vale lembrar que quanto mais nos tornamos materialistas, mais nos tornamos “frios de coração”!
É esta “frieza” que nos torna indiferentes àqueles que nos cercam, fazendo com que nos tornemos insensíveis com as necessidades alheias e, ao mesmo tempo, vulneráveis às injúrias e violência.
Se recorrermos aos dicionários, veremos que o significado de injúria é “afronta, agravo, insulto, ofensa, ultraje. Agressão a determinada pessoa por meio de atos, palavras, invectivas ou gestos insultantes que ferem o decoro da vítima com intenção de difamá-la perante a sociedade” segundo o Dicionário Michaelis — Moderno Dicionário da Língua Portuguesa.
Ora, até quando vamos nos sentir insultados por qualquer coisa que seja contrária àquilo que pensamos? Até quando também insultaremos o próximo com agressões verbais e, muitas vezes, descabidas e, principalmente, sem princípios cristãos?
Até quando vamos literalmente “estacionar” sob o ponto de vista espiritual, imaginando que qualquer coisa que nos façam de ruim, seja motivo para sentirmo-nos injuriados?
Que diremos da violência então?
Violência não apenas àquela que estamos habituados a ver nos noticiários, filmes, séries, jogos, novelas etc. — não é apenas a violência física a que nos referimos, mas aquela que produz efeitos que aniquilam a vontade alheia, com pensamentos e maledicência.
Um assunto que podemos citar são os casos de Bullying, ou, em outras palavras, agressões verbais (violência) denegrindo a imagem da vítima, baixando sua autoestima, através de insultos pessoais (injúrias).
O bullying é uma forma comum onde agressores (geralmente ocorre entre jovens e, pasme, entre crianças) forçam a vítima ao isolamento social. Este isolamento é resultado de ações como espalhar comentários maledicentes, recusa da aceitação da vítima em um grupo, intimidações, críticas com relação ao modo de se vestir e outros aspectos sociais, incluindo religião, etnia e sexualidade. Este tipo de agressão tem ocorrido não apenas dentro das escolas, mas, também, utilizando-se de meios tecnológicos, o cyberbullying, espalhando-se mensagens eletrônicas e imagens via e-mail, redes sociais, celular etc.
Chamamos a atenção, aqui, dos pais. Chamamos a atenção dos Espíritas!
Vejamos o que nossos filhos, nossos tutelados, têm feito. Será que estamos educando-os de forma adequada? Será que temos orado e vigiado?
Através do Evangelho de Jesus, sabemos que, muitas coisas não são crimes aos olhos do homem, mas que são crimes aos olhos de Deus!
Não demonstrou o Cristo, com Seus exemplos, que devemos perdoar indefinidamente e sermos caridosos, respeitando o próximo?
Precisamos aprender a transformar a violência em atos de amor e não se deixar levar pelas injúrias ou, pior, causar as injúrias.
Precisamos aprender a educar nossas energias e nos reeducarmos moralmente.
A mansuetude revela uma alma equilibrada.
Jesus sabia enfrentar todas as formas de injúria e violência com extrema pacificação e brandura. São os Seus exemplos que temos que observar e praticar.
Tratemos as pessoas como gostaríamos de ser tratados. Perdoemos para sermos perdoados.
A violência, que é contra as Leis Divinas, deixará um dia de existir sobre a Terra, mas para isso, precisamos adotar a paciência, a afabilidade, a moderação, entre outras virtudes, como hábito.
Lembremos que não viemos a fim de ser servidos, mas sim de servir!
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação.