O Livro dos Espíritos | Livro 3 “Leis morais” | Capítulo 6 “Lei de destruição”
Duelo, questões 757 a 759
A vida é um bem sagrado, concedido por Deus, e ninguém tem o direito de tirá-la — nem a do outro, nem a própria.
O duelo surgiu na Europa medieval como confronto entre nobres que buscavam, com armas, reparar a honra ferida. Hoje, embora não se use mais espada ou revólver, os duelos persistem disfarçados, mas igualmente perigosos e mortais. O motivo continua o mesmo: orgulho ferido, vaidade inflamada, desejo de provar que se está com a razão etc., custe o que custar.
Esses duelos modernos aparecem nas discussões acaloradas nas redes sociais, nos grupos de família, nas brigas de trânsito, nas torcidas organizadas, nos conflitos familiares, entre colegas de trabalho, entre vizinhos, atletas, estudantes, nas disputas por heranças, nas ofensas digitais, nos chamados “rachas” e até nos comentários em um simples post.
A arena mudou: agora, além da ofensiva física direta contra a vida, fere-se com palavras, humilhações, cancelamentos, agressões virtuais, bullying etc.
Segundo a Doutrina Espírita, entrar nesses confrontos é errar duas vezes: porque se corre o risco de ferir alguém, de perder a vida por motivo banal e a própria paz em troca de nada.
“Mas e a minha honra?”
A “honra ferida” é um engano, é puro orgulho. A verdadeira honra está em reconhecer os erros, perdoar e agir com dignidade, sem atacar de volta, sem se vingar. Jesus, mesmo sendo injustamente condenado, perdoou seus algozes e ofensores, dando o exemplo máximo de grandeza moral.
Mesmo quando provocados, não devemos revidar. A verdadeira força está em manter o equilíbrio quando tudo nos convida ao descontrole.
E se alguém começar a briga?
Aceitar o confronto, sabendo que não vencerá, é suicídio moral. Se, ao contrário, for mais forte e revidar, é homicídio (mesmo que o adversário não perca a vida, se a intenção for tirá-la, será, ainda, considerado um crime aos olhos de Deus). E se ambos têm chances iguais, o erro é duplo: atentam contra a vida um do outro e contra a própria vida.
Duelos na internet, vaidade ferida, rixas por opinião política divergente, discussões públicas para mostrar que se tem razão... todos esses duelos só alimentam um ciclo de ódio, ofensas e do mal. E, no final, ninguém realmente vence — todos perdem tempo, energia (espiritual e corpórea) e paz.
Segundo Kardec, orgulho e vaidade são doenças morais, que a evolução espiritual nos convida a superar.
Participar de um duelo físico, mental ou virtual, é sempre condenável. A justiça não está em vencer o outro, mas em vencer a si mesmo; vencer o próprio orgulho.
Quer ser realmente forte?
Aprenda a sair do confronto sem humilhar ao próximo.
Não responda às provocações.
Perdoe, mesmo que esteja certo e pareça "perder".
Respeite quem pensa diferente.
Preserve a paz, pois ela vale mais que qualquer aparente “vitória”.
Siga e respeite as Leis e Mandamentos de Deus, e o Evangelho de Jesus.
A honra autêntica não está na violência, mas na coragem de agir com nobreza. O verdadeiro vencedor é quem recusa o duelo, constrói pontes em vez de muros, e escolhe o caminho da paz, da razão e do amor.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.