O Livro dos Espíritos | Livro 1 “Causas primeiras” | Capítulo 4 “Princípio vital”
Inteligência e instinto, questões 71 a 75
A inteligência não é um atributo do princípio vital.
Princípio vital é a força que dá vida aos seres vivos, é o elemento que anima a matéria, semelhante a uma bateria, fazendo o corpo funcionar, crescer, reproduzir, mas não é responsável pela inteligência; por exemplo, o princípio vital mantém vivo o homem e a planta, porém, a planta não possui inteligência, mas o homem sim.
A inteligência só pode se manifestar por meio de órgãos materiais, mas a inteligência e a matéria são independentes. É necessário a união do Espírito com a matéria animalizada para intelectualizá-la.
Matéria animalizada é a matéria viva, que tem o princípio vital, usada para formar os corpos. Quando a matéria não tem o princípio vital ela não tem vida, como a pedra.
Kardec explica que a inteligência é uma capacidade especial de algumas classes de seres vivos que, junto com o pensamento, lhes dá a vontade de agir; tem a consciência que existem e que são indivíduos.
A inteligência é uma faculdade própria e específica de cada ser. Ela é individual e progressiva, permitindo ao ser pensar, compreender, raciocinar e aprender.
Ela também constitui a sua individualidade moral que é o conjunto de qualidades, sentimentos, pensamentos e escolhas que definem o Espírito moralmente, cabendo ao Espírito evoluir ao longo de várias encarnações.
O instinto é uma inteligência primitiva, irracional; é um mecanismo de proteção e sobrevivência, especialmente nos estágios iniciais da vida espiritual.
Por meio do instinto todos os seres suprem suas necessidades essenciais.
O instinto permanece sempre com o homem, mas à medida que desenvolve a inteligência racional e moral, evolui, transformando o instinto em sentimento.
Porém, às vezes, o instinto que permanece latente é mais confiável do que a própria razão, que dá ao homem o livre-arbítrio, isto porque a razão pode estar deformada, distorcida pela má educação ou pelos vícios como o orgulho e o egoísmo.
A razão é uma conquista da evolução espiritual que exige educação moral para que possa realmente iluminar os caminhos do Espírito. Quando guiada por princípios elevados, ela promove o discernimento, a caridade e o progresso. Mas, sem moralidade, pode ser utilizada para justificar o erro, a dominação e o interesse próprio.
Já o instinto é uma forma natural de sabedoria que Deus colocou dentro de cada um nós e que, muitas vezes, nos ajuda a fazer o bem sem sequer perceber, como por exemplo, a mãe que protege o filho, sem pensar, em uma situação de perigo ou alguém que ajuda outra pessoa em perigo, por reflexo.
Kardec esclarece que o instinto é uma inteligência rudimentar; suas manifestações são, quase sempre, espontâneas e varia conforme a espécie e suas necessidades. O instinto se alia à inteligência nos seres que têm consciência e percepção das coisas exteriores.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.