O Livro dos Espíritos | Livro 2 “Mundo espírita ou dos espíritos” | Capítulo 9 ”Intervenção dos Espíritos no mundo corporal”
Pactos, questões 549 e 550
Pode-se fazer pactos com os maus espíritos?
Na História e na cultura popular, especialmente na Idade Média, surgiram lendas sobre pessoas que teriam feito “pactos com o diabo” ou “vendido a alma” em troca de riquezas ou favores. Essas narrativas eram comuns em julgamentos de bruxaria e também em contos populares, sempre trazendo a ideia de que a ambição leva à perdição. Contudo, segundo o Espiritismo, isso não corresponde à realidade espiritual.
Os espíritos superiores explicam que não existem pactos formais com os maus espíritos. O que acontece é que pensamentos e sentimentos semelhantes atraem espíritos de igual natureza. Quando uma pessoa alimenta orgulho, ódio, inveja, egoísmo ou desejo de prejudicar algo ou alguém, ela abre brechas para a influência de espíritos inferiores, que encontram afinidade com suas intenções e ações. Da mesma forma, quando busca o bem, a caridade e a fé, atrai a presença dos bons espíritos, que a fortalecem e a inspiram.
Allan Kardec esclarece que essa ligação não nasce de contratos ou promessas, mas da submissão do homem aos maus pensamentos e inclinações. A ideia de “pacto” é apenas uma forma simbólica de explicar a união entre pessoas inclinadas ao mal com espíritos que compartilham dos mesmos interesses.
Aquele que recorre a espíritos inferiores para conquistar riqueza, poder ou vantagens, está, na prática, rejeitando as Leis e Mandamentos de Deus, e tentando escapar das provas necessárias para sua evolução. O livre-arbítrio permite a escolha, mas cada ato no mal traz consequências inevitáveis: o que se conquista pelo mal na Terra não se conserva na vida espiritual. Mais cedo ou mais tarde, todo erro precisará ser reparado, por meio de provas e expiações que conduzem ao aprendizado e progresso.
Atualmente, ainda existem práticas e crenças que prometem resultados rápidos por meio de rituais ou chamados a espíritos. No entanto, esses caminhos apenas fortalecem a ligação com espíritos inferiores, mantendo a pessoa presa a ilusões passageiras e envolvida com o mal. Isso ocorre porque, ao receber a ajuda de maus espíritos, essa pessoa também se compromete com eles, já que os maus espíritos necessitam da cooperação e ação humana para realizar suas ações maléficas.
O mal pode oferecer prazeres imediatos, mas nunca a verdadeira felicidade. O homem sempre pode romper essa ligação com o mal, escolhendo o bem, buscando a ajuda de Deus e de Jesus, permitindo apenas a inspiração dos bons espíritos.
Assim, o chamado “pacto” não é um contrato, é uma livre escolha de permanecer no mal, porém a qualquer momento pode-se buscar ajuda em Deus, quando há o desejo sincero de renovação para o bem.
Todo mal praticado traz consequências!
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.