O Livro dos Espíritos | Livro 3 “Leis morais” | Capítulo 3 “Lei do trabalho”
Limite do trabalho e repouso, questões 682 a 685
O repouso é uma necessidade após o trabalho e isto é uma Lei da Natureza.
É necessário repousar porque durante o repouso o homem recupera as forças do corpo, que foram utilizadas para realizar o trabalho e também para que a sua inteligência tenha um pouco mais de liberdade se elevando acima da matéria.
Porém, existe uma diferença grande entre preguiça e cansaço, o cansaço é uma fadiga gerada por algum trabalho e a preguiça representa a lentidão ou a pouca ou nenhuma disposição ao trabalho.
Aquele que é preguiçoso está ligado a espíritos que se comprazem com isso e desconhecem o valor do trabalho, desvalorizando as oportunidades para o progresso moral, espiritual, intelectual e material.
Devemos prestar atenção nos nossos limites de deveres, obrigações, lazer e repouso. Tanto a inércia quanto o excesso de trabalho fazem mal, por isso a necessidade do equilíbrio. Existem pessoas, por exemplo, que pelo excesso de trabalho esquecem das obrigações com a família ou utilizam a desculpa do trabalho para não cumpri-las.
O limite do trabalho está relacionado ao de nossas forças e Deus nos dá o livre-arbítrio para que façamos as escolhas corretas.
Aqueles que abusam da sua autoridade para impor trabalho excessivo aos seus subordinados desrespeita a Lei de Deus e prestará contas disso, pois é uma das piores ações que realiza. A autoridade é para ser utilizada com responsabilidade e em prol do próximo.
Todo homem tem direito ao descanso na velhice, mas mesmo na velhice, aquele que é forte deve trabalhar, dentro dos seus limites.
Contudo, quando o idoso ou qualquer outra pessoa não tiver condições de trabalhar, o dever dos cuidados para com esta pessoa, fica sob responsabilidade da família e na sua ausência, a sociedade deve fazer este papel. Esta é a Lei da caridade.
Sabemos que o homem deve trabalhar, mas para isso é necessário que encontre ocupação plausível, e isto nem sempre é possível. Quando não há postos de trabalho suficientes em uma sociedade, isto leva a flagelo e a fome. Nestes momentos inúmeras pessoas, ligadas ao mal, sem princípios, surgem para se aproveitar da situação e ao invés de ajudar, prejudicam ainda mais aqueles que já estão fragilizados, resultando em consequências desastrosas.
Jesus disse a seus discípulos: “Sempre vão acontecer escândalos; mas ai daquele que os provoca! Seria melhor para ele que lhe amarrassem ao pescoço uma pedra de moinho e o atirasse ao mar do que escandalizar um só destes pequeninos!” (Lucas 17:1-2). “Pequeninos” são aqueles que se encontram em uma variedade de situações de necessidade.
Segundo Kardec: “A educação moral é o caminho para formar o caráter e os bons hábitos. Quando a educação moral for assimilada e praticada, o homem desenvolverá bons hábitos consigo e com o próximo; hábitos que lhe permitirão passar pelas dificuldades de forma menos dolorosa. A desordem e a imprevidência são duas feridas que só a educação moral bem compreendida pode curar. Esse é o ponto de partida, a garantia de segurança para todos.”
No livro "Pensamento e vida", psicografado por Chico Xavier, o Espírito Emmanuel nos alerta que "além do trabalho-obrigação que nos remunera de pronto, é necessário nos atentarmos ao prazer de servir. O trabalho-ação transforma o ambiente. O trabalho-serviço, transforma o homem. As tarefas remuneradas conquistam o agradecimento de quem lhes recebe o concurso, mas permanecem adstritas ao mundo, nas linhas da troca vulgar. A prestação de concurso espontâneo, sem qualquer base de recompensa, desdobra a influência da Bondade Celestial que a todos nos ampara sem pagamento."
Sejamos corretos e responsáveis! Aproveitemos as oportunidades do trabalho honesto e do trabalho na Seara de Jesus para repousarmos com a consciência tranquila de ter feito um bom trabalho!
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.