O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 27 - Item 22 

“E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes." Evangelho de Mateus 6:5-8

“Quando vos apresentardes para orar, se tiverdes alguma queixa contra alguém, perdoai-lhe a fim de que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe também os pecados. Se não lhe perdoardes, vosso Pai, que está nos céus, também não perdoará os vossos pecados.” Evangelho de Marcos 11:25-26

Nessas, como em outras passagens bíblicas, Jesus definiu claramente as características da prece: quando orar, evite que te vejam, ore em segredo; quando orar, não é pela quantidade de palavras que será atendido, mas pela sinceridade da oração, de seu coração e merecimento; se temos alguma mágoa contra alguém, devemos perdoar, para que Deus também perdoe nossos erros; deve-se orar com humildade, observando os próprios erros, procurando o que há de mau dentro de si mesmo.

“Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis.” Evangelho de Marcos 11:24

Seria incoerente deduzir dessas palavras, também de Jesus, que bastaria pedir a Deus o que se deseja para obtê-la; do mesmo modo, seria igualmente injusto acusar Deus por não conceder todos os pedidos que Lhe são feitos. Entretanto, é dessa maneira que atua um pai amoroso, cuidadoso, precavido, recusando ao filho aquilo que, nem sempre, sabe o que é bom para si mesmo. Pensemos que, quando pedimos algo a Deus, mas que pode nos trazer alguma infelicidade futura, o Pai Celeste, em sua perfeita sabedoria, não concederá o que Lhe foi solicitado. 

Deus não concede a abreviação das provas da vida e nem a riqueza sem uma finalidade útil. Ao invés disso, deve-se pedir à Ele, paciência, resignação, aprimoramento moral, sabedoria e fé, para suportar essas provas e as dificuldades da vida, que todos têm.  

Muita gente duvida da eficiência da oração, pois acredita que Deus não os atende ou porque Deus, sabendo das necessidades de cada um de Seus filhos e, fatalmente, entregues as inevitáveis “forças do destino”, de nada adiantaria Lhe pedir algo. Como citado há pouco, orar é, também, um momento onde se deve mostrar humildade, gratidão e resignação, e, ainda, reconhecer os próprios erros.

O Espírito V. Monad, logo no início do item “Modo de orar”, em O Evangelho segundo Espiritismo, afirma que a oração é “O primeiro dever de toda criatura humana". 

V. Monad, cita também que “A oração diária é o cumprimento de seus deveres, sem exceção, qualquer que seja a natureza.”

A oração é uma forma de pedir, de agradecer. Por meio dela dirigimos o nosso pensamento para aquele a quem se pede algo. 

Quem ora pode pedir para si ou para outros, pelos encarnados e desencarnados. 

No livro “A Prece segundo o Evangelho” de Allan Kardec é possível entender qual o mecanismo da oração: “As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução da vontade divina; as que se dirigem aos bons Espíritos são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, além de Deus, é simplesmente como intermediários ou intercessores, pois nada se pode obter sem a vontade de Deus."

“Ajuda-te e o céu te ajudará.” Essa máxima, igualmente proferida por Jesus, quer dizer que Deus não auxilia os que tudo esperam, sem fazer nada, sem usar sua própria capacidade e recursos, acreditando que tudo ocorre por milagre.

Equipe Vida e Espiritismo

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