O Livro dos Espíritos | Livro 3 “Leis morais” | Capítulo 3 “Lei do trabalho”
Necessidade do trabalho, questões 674 a 681
O artigo de hoje abrange as questões 674 a 681, contidas em “O Livro dos Espíritos”, sobre uma das Leis da Natureza: o trabalho.
O trabalho é imprescindível, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, pois aumenta as suas necessidades e os seus prazeres. Mas o trabalho não deve ser entendido apenas como uma ocupação material. O espírito trabalha, assim como o corpo e qualquer ocupação útil é trabalho.
Como uma consequência da natureza corporal do homem, o trabalho é imposto como uma expiação e, ao mesmo tempo, como um meio de aperfeiçoar sua inteligência, pois sem o trabalho o homem permaneceria na infância intelectual. Assim como os pais devem trabalhar para os filhos, enquanto os filhos não tem ainda condições físicas e intelectuais para isso, os filhos têm a obrigação de trabalhar pelos seus pais do mesmo modo; é por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural permitindo que membros de uma mesma família sintam-se inclinados a ajudar-se mutuamente.
Os animais também trabalham como o homem, mas o seu trabalho, assim como a sua inteligência, se limita ao cuidado de conservarem-se. É por essa razão que, para eles, o trabalho não traz progresso, mas seu trabalho contribui para o objetivo final da Natureza.
Para o homem, o trabalho traz um duplo resultado: a preservação do corpo e o desenvolvimento do pensamento que também é uma necessidade, permitindo seu aprimoramento. A natureza do trabalho é relativa à natureza das necessidades do homem, assim, quanto menos material é a necessidade, menos material é o seu trabalho.
Da mesma maneira que nos mundo mais evoluídos as necessidades materiais são menores, igualmente menos o trabalho é material.
Mesmo aquele que já possui bens suficientes para assegurar a sua existência não está livre da lei do trabalho. Ele deve tornar-se útil segundo os seus meios, de aperfeiçoar a própria inteligência ou a dos outros. Se o homem a quem Deus atribuiu bens suficientes para garantir sua existência não é forçado a prover sua alimentação a partir do suor de seu rosto, a obrigação de ser útil ao seus semelhantes é tanto maior para ele, quanto a porção que lhe é dada antecipadamente; o que lhe confere mais tempo para fazer o bem.
Deus é justo e condena apenas aqueles cuja existência é voluntariamente inútil, isso é, àquele que decide não ser útil, decide não aprimorar sua inteligência e nem ajudar no aprimoramento da dos outros, pois vive apenas às custas do trabalho das outras pessoas.
Deus quer que todos se tornem úteis de acordo com suas capacidades.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.Esta é uma livre interpretação.