O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 5 - Itens 14 a 17
O tema abordado em nosso artigo hoje é de extrema importância: o suicídio e a loucura.
A maioria dos casos de loucura são resultados da perturbação mental produzida pelos sofrimentos da vida que o homem não é capaz de suportar.
Mas por qual razão a loucura leva o homem algumas vezes ao suicídio?
A questão 376 de O Livro dos Espíritos responde o seguinte: “O Espírito sofre pelo constrangimento em que se acha e pela impossibilidade de manifestar-se livremente, procurando na morte um meio de quebrar suas algemas”.
Mas teria o homem o direito de tirar sua vida?
A questão 944 de O Livro dos Espíritos dispõe que não. Somente a Deus cabe o direito de decidir sobre a vida de alguém. O suicídio voluntário é, portanto, uma transgressão a lei de Deus. Aquele que tira a própria vida não sabe o que faz, e a existência não seria tão pesada se trabalhasse, se ocupasse a mente com aquilo que é útil.
A questão 946 do mesmo livro, ainda complementa que, àquele que tira a própria vida com o objetivo de escapar das misérias e às decepções deste mundo não tem coragem de suportar as dificuldades da existência. Deus ajuda àqueles que sofrem. As adversidades da vida são provas ou expiações e felizes são aqueles que suportam sem se queixar.
Jesus disse: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas almas. Pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Nesta passagem, contida no Evangelho de Mateus, Jesus nos chama a razão, pois se nosso foco forem as adversidades que enfrentamos neste mundo a jornada será um tanto mais dolorosa, por isso a importância de se ater aos princípios que Ele nos trouxe, de seguirmos os Seus exemplos, pois é através disso que teremos coragem para enfrentarmos as adversidades, os vícios e inclinações ao mal para, assim, evoluirmos e nos tornarmos o melhor que pudermos.
As dores e os sofrimentos nada mais são do que débitos de faltas cometidas no passado, mas que se suportadas pacientemente, pouparão muitas aflições.
Se o homem passar a ver estes sofrimentos da forma que o Espiritismo considera, tendo calma, resignação e fé no futuro, ele receberá com indiferença as contrariedades e desilusões que, em outras ocasiões, o levariam ao desespero.
A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, sobre a vida eterna, sobre as ideias materialistas de que nada existe após a morte, são os maiores estímulos para o suicídio e que dão origem à covardia moral.
O Espiritismo traz os depoimentos de suicidas, de suas situações infelizes, provando que ninguém viola a lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar sua própria vida. Aquele que não crê na eternidade, julgando que todo sofrimento e dor se acabam com a própria vida, engana-se. A abreviação da vida apenas o libertaria de um mal menor para cair em outro maior e mais terrível.
Considerando as dores apenas do ponto de vista corporal elas parecerão intermináveis. Mas, encarando-as do ponto de vista espiritual teremos o ânimo e a coragem para enfrentá-las, pois compreenderemos como são breves os sofrimentos perto da Eternidade que é a vida.
Portanto, quando colocamos nosso olhar na vida futura, deixamos de nos atormentar com o mal que nos assola a vida, pois como Jesus disse: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo. Eu venci o mundo”. (Evangelho de João)
Com o Espiritismo temos a certeza que a vida continua após o túmulo. A serenidade é a melhor vacina contra o suicídio e a loucura, dando-nos a coragem moral.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.