O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 27 - item 22
Paulo de Tarso, na primeira carta de aos Coríntios, escreveu:
“Se não falarem palavras compreensíveis, como alguém saberá o que está sendo dito? Vocês estarão simplesmente falando ao ar.
Se eu não entender o significado do que alguém está falando, serei estrangeiro para quem fala, e ele, estrangeiro para mim.
Aqueles que estão ansiosos para evoluírem, procurem crescer naqueles que trazem a edificação.
Por isso, quem faz uma prece em língua estrangeira, traduz para que ela possa ser interpretada.
Se eu orar em uma língua que não compreendo, meu Espírito ora, mas o entendimento não traz frutos.
Então, o que farei? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
Se você estiver orando a Deus em espírito, como poderá aquele que não entende dizer ‘Amém’ à sua prece, visto que não sabe o que você está dizendo?
Você pode estar dando graças muito bem, mas o outro não será edificado, porque não compreende o que você disse.
Na igreja, prefiro falar cinco palavras compreensíveis para instruir os outros, do que falar dez mil palavras que não são compreendidas."
* * *
Você já participou de um culto, palestra, reunião etc. que o orador (por exemplo, falava em latim) e a platéia não entendia nada?
Pergunta-se: O que isso trouxe, em termos de evolução, para ambos?
Para o orador, talvez alguma coisa, mas para a plateia nada trouxe!
Tempo e palavras jogadas ao vento.
Então, por que perder tempo com isso? Se não entende, deve perguntar, para poder aprender, e só assim edificar-se!
O tempo é um recurso precioso e devemos aproveitá-lo para nosso aprimoramento moral e intelectual! Por isso, precisamos aprender a utilizá-lo, com discernimento.
Se aquilo que estiver fazendo não agregar valor, e não te transformar em uma pessoa melhor, se não te ligar a Deus pelo entendimento, então pare e raciocine, porque tem algo errado e precisa ser revisto!
Somos seres racionais. Portanto, façamos jus a isso!
Aquilo que falamos e o que oramos precisam ser compreensíveis, tanto para quem faz, quanto para quem ouve pois, só assim, produzirão bons frutos!
Do mesmo modo, a fé, também, não pode ser cega! A fé tem que ser racional!
Por isso, sempre use o crivo da razão e se pergunte:
Eu entendi?
Por que estou fazendo ou falando isso?
Tem sentido?
Jesus faria isso?
Se respondeu não para alguma das perguntas acima, então pare, raciocine e busque seguir os exemplos de Jesus.
Na dúvida, faça a única prece que Jesus nos ensinou que é o Pai Nosso! Mas faça, entendendo o que significa cada palavra, cada frase e, se não souber, procure o significado delas, para aprender!
Qualquer prece só tem valor se ela tocar o coração e isso só ocorre se o pensamento estiver concentrado em cada palavra, em cada frase. Por isso, não compreender pelo que se está orando ou ainda estar pensando em outras coisas, fazem com que a prece não toque o coração. A prece fica sem efeito, pois não diz nada à mente, não transmite nada à ninguém.
Deus observa o que há em nosso coração e não a repetição de frases, ou ainda a quantidade de palavras, ou a duração da prece, ou local, horário, porque podemos orar em qualquer lugar, a qualquer horário, com qualquer pessoa ou situação, porque, para Deus, o que importa são os nossos pensamentos e a nossa sinceridade.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Bíblia. 1 Coríntios 14:9-19.Esta é uma livre interpretação.