O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 28 - itens 81 a 84
A Obsessão é a ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Pode ser desde uma simples influência de ordem moral, até a completa desordem do organismo e da capacidade mental. Portanto, na obsessão temos dois “personagens”, por assim dizer: o obsessor, que exerce a má influência e o obsidiado, que recebe essa má influência.
Nos casos de obsessão é muito difícil saber quem é o obsessor e obsidiado, ou perseguidor e a vítima, tendo em vista que ela pode ocorrer de desencarnado para encarnado, de desencarnado para desencarnado, de encarnado para desencarnado, de encarnado para encarnado e, ainda, a auto-obsessão. Portanto, o perdão é fundamental em qualquer situação, sem que se faça qualquer julgamento.
Os maus Espíritos estão espalhados por toda Terra, devido à inferioridade moral de seus habitantes. Suas más ações são uma praga que assolam toda a Humanidade.
As doenças e as dificuldades da vida devem ser vistas como prova ou expiação. A obsessão deve ser vista do mesmo modo. Assim como as doenças são o resultado das imperfeições físicas, a obsessão é uma imperfeição moral que dá acesso a um mau Espírito. Para proteger-se contra doenças, o corpo precisa ser fortalecido; para proteger-se contra a obsessão é preciso fortalecer a alma. Por isso, a necessidade de trabalhar continuamente pelo aperfeiçoamento moral, o que, normalmente, é suficiente para livrá-lo do obsessor. Entretanto, a ajuda se torna necessária quando a obsessão transforma-se em subjugação, pois, geralmente, o obsidiado perde a própria vontade e sua capacidade de decisão. Nessa situação, o obsidiado fica como que preso uma teia e é forçado a agir contra sua vontade.
Apenas um parênteses: há ainda a possessão. Quando exercida por um mau Espírito, ele toma o corpo do encarnado por maldade (tendo em vista que o encarnado não possui força moral o suficiente para resistir a má influência), torturando-o e atormentando-o, indo ao extremo de tentar exterminar aquele a quem se liga. Em muitos casos de possessão de nada adiantam os tratamentos médicos.
Quase sempre, a obsessão tem origem em relações de uma existência anterior entre obsidiado e obsessor, e que, por uma desavença, resultou em vingança.
Nos casos de obsessão grave, ou subjugação, o obsidiado fica envolto e impregnado em um fluido nocivo neutralizando a ação dos fluidos benéficos, repelindo-os. Para isso, será necessário a intervenção de um médium de cura, que produzirá um fluido melhor, neutralizando o fluido nocivo. Entretanto, apenas essa ação não é suficiente, é preciso agir sobre o Espírito obsessor. Daí, a necessidade de alguém com autoridade moral superior (há diversos relatos bíblicos onde Jesus, com sua autoridade moral, “expulsava demônios” de pessoas doentes, curando-as) que se dirigirá a esse Espírito, durante as reuniões de desobsessão.
Mas isso ainda não é tudo; para garantir a libertação do obsidiado é preciso induzir o Espírito obsessor ao arrependimento de seus atos e despertar nele o desejo do bem, educando-o moralmente.
A tarefa torna-se mais fácil quando o obsidiado, ciente de sua situação, reúne a vontade e a oração. Porém, se o obsidiado, iludido pelo espírito obsessor, se entregar a essas ilusões, rejeitará a ajuda. Este é o caso do fascínio, uma obsessão infinitamente mais acentuada que a subjugação.
Em todos os casos de obsessão, a prece é a ajuda mais poderosa contra o Espírito obsessor e para o obsidiado.
Importante lembrar que, sempre que possível, nos casos de obsessão de encarnado, é necessário conduzi-lo ao trabalho no bem, ou seja, conduzi-lo a um local onde possa exercer minimamente um trabalho onde se disponha a ajudar ao próximo, sem esperar qualquer tipo de recompensa. Neste caso, é possível, ainda, pelo bom exemplo, transformar um inimigo (obsessor) em um amigo.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1 ed. França.KARDEC, Allan, A Gênese, 53 ed. FEB.Esta é uma livre interpretação.