O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 10 - itens 5 e 6
Disse Jesus: “Reconcilia-te o mais depressa possível com o teu adversário, enquanto você está no caminho com ele, para que o teu adversário não te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao carcereiro, e você seja preso. Em verdade te digo que não sairás dali enquanto não tiver pago o último centavo.” (Mateus 5:25-26)
No trecho acima, extraído do Evangelho de Mateus, Jesus se refere diretamente ao perdão.
Outro trecho bíblico que nos remete ao perdão, e igualmente extraído do Evangelho de Mateus, é quando Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” e Jesus lhe responde: “Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete” (Mateus 18:21-22). Em outras palavras, Jesus aqui diz a Pedro que se deve perdoar infinitamente. Notemos, ainda, que Jesus não especifica o tipo de ofensa, portanto, deve-se perdoar qualquer ofensa recebida.
O próprio Cristo foi ofendido, agredido (verbal e corporalmente), afrontado e, mesmo assim, ninguém conseguiu tirar sua paz interior. Tanto que Ele não se desviou de sua missão em nenhum momento e continuou a praticar o amor ao próximo, até os últimos instantes da vida corporal.
Jesus, em sua passagem pela Terra, nunca recomendou a ninguém que revidasse qualquer ato violento que lhe fosse feito, contrário à Lei de Deus. Tanto que, numa das passagens bíblicas, no momento em que foi preso, para posteriormente ser conduzido ao julgamento infame diante de Pilatos, um dos que estava com ele, estende sua mão, puxa a espada e fere um dos servos do sumo sacerdote que estava ali para prender Jesus, decepando-lhe a orelha. Nesse momento, Jesus ordena categoricamente: “Guarde a tua espada; porque todos aqueles que fizerem uso da espada, pela espada morrerão” (Mateus 26:52).
Jesus, em vários momentos, ensinou sobre o perdão. Em outra passagem ele ensina: “Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês” (Mateus 5:44).
Dessa forma, diante deste e de tanto outros ensinamentos de Jesus, contenhamos o orgulho em cada ofensa sofrida; não tenhamos a reação de vingança; reflitamos no que esse ato descabido, pode acarretar na vida do semelhante e na nossa própria vida e que, se cometido, certamente levará ao arrependimento e ao pagamento até o “último centavo”.
É importante entender que, quando Jesus recomenda nos reconciliarmos o mais depressa possível com os adversários, Ele deixa claro que devemos evitar não apenas as desavenças da vida atual, esquecendo-as, mas, também, que essas desavenças não se perpetuem, passando de uma encarnação a outra (ou, ainda, para outras encarnações). Portanto, é fundamental olhar para esses irmãos, para suas críticas e reprovações que nos são dirigidas, como algo construtivo, tornando-nos pacientes, mesmo diante das piores afrontas. Para isso, devemos recorrer sempre ao poderoso socorro da prece, em silêncio, pedindo fervorosamente o auxílio de Deus, de Jesus, dos Bons Espíritos e de nosso anjo protetor.
Isso, não apenas nos ajudará a não cometermos o mal, mas igualmente nos protegerá mentalmente do contágio daqueles que estão envolvidos pelo mal.
Não deixemos que o ressentimento fique impregnado em nossa alma. Procedamos sempre com bondade, paciência, calma e, acima de tudo, com perdão.
É por esta razão que, Jesus, também recomenda, na oração Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mateus 6:12).
Como filhos de Deus, procuremos entender que qualquer coisa contrária à Lei do Amor, é desrespeito ao Pai Celestial.
“Bem-aventurados aqueles que são misericordiosos, porque eles próprios obterão misericórdia” (Mateus 5:7). Assim disse Jesus, no Sermão da Montanha.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.