O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 16 - Itens 1 e 2
Disse Jesus:
— Ninguém pode servir a dois senhores; pois ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não se pode servir a Deus e a Mamon, ao mesmo tempo. (Lucas, 16:13)
“Um jovem se aproximou de Jesus e lhe perguntou, o que deveria fazer para adquirir a vida eterna.
Jesus, então, lhe respondeu:
— Siga os mandamentos: Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não dirás falso testemunho. Honra teu pai e sua mãe. Ame o seu próximo como a si mesmo. Se queres ser perfeito, venda o que possui e doe aos pobres. Depois, siga-me.
Ao ouvir isso, o jovem foi embora triste, pois era muito rico.
Jesus, então, disse aos Seus discípulos:
— Em verdade, digo a vocês que é muito difícil um rico se salvar.” (Mateus, 19:16-24; Marcos, 10:17-25; Lucas, 18:18-25)
Quando Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores.” E, ao final, complementa: “Não se pode servir a Deus e a Mamon, ao mesmo tempo”, Ele quis dizer que não é possível conciliar as necessidades do espírito com as coisas materiais, quando as coisas materiais exercerem uma fascinação muito grande sobre a criatura, levando-a a cometer excessos de toda natureza.
Jesus ensina aqui o desapego aos bens materiais, a riqueza, a fortuna material, mostrando-nos que, na vida, os bens materiais, não podem sobrepor a vida espiritual, ou seja, que os bens materiais têm sua importância, porém esses bens devem ser elementos para o aperfeiçoamento do espírito.
Jesus não pretendeu dizer que cada um deve deixar tudo o que tem e viver de farrapos, pois seria um peso para a Sociedade, mas ensina que o apego aos bens materiais é um obstáculo ao progresso espiritual.
Certamente que a riqueza, quando utilizada apenas em proveito de si mesmo, aprisiona o homem e o impede de praticar a caridade e, com isso, afasta-se do caminho que o conduz à salvação (“Fora da caridade não há salvação.”).
A riqueza é uma prova muito arriscada mas não impossível, pois há quem a utilize com bons propósitos e discernimento.
A riqueza é um elemento de evolução moral, de desenvolvimento da inteligência humana, se bem utilizada.
A riqueza em si, não é condenável. O emprego dado a ela é que pode torná-la um empecilho ou um poderoso auxílio.
Os bens materiais são concessões passageiras que Deus confere ao homem para ajudar seu próximo, principalmente, aquele que sofre e passa por necessidades.
Recordamos, ainda, esta outra passagem do texto, quando Jesus diz ao jovem rico: “Siga os mandamentos: Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não dirás falso testemunho. Honra teu pai e sua mãe. Ame o seu próximo como a si mesmo.” É importante destacar que Jesus coloca nesse trecho, como premissa ao rapaz, que, antes de se desfazer de seus bens e O seguir, que ele deveria honrar e cumprir os mandamentos de Deus. Sendo assim, não basta fazer apenas bom uso da riqueza é preciso que cada um, rico ou pobre, siga os princípios, os preceitos, as normas, as Leis de Deus.
Portanto, a salvação dos ricos está relacionada a fazer bom uso de sua fortuna, seja ela qual for, material, intelectual, física etc. Cabe a cada um conquistar a riqueza do espírito, que é aquela que o homem leva ao desencarnar. O homem sempre prestará contas a Deus do que fez com a riqueza que Ele lhe confiou.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.Esta é uma livre interpretação.