O Livro dos Espíritos - Capítulo 6 “Vida Espírita”
Questão 274 — Da existência de diferentes ordens de Espíritos, resulta para estes alguma hierarquia de poderes? Há entre eles subordinação e autoridade?
"Muito grande. Os Espíritos têm uns sobre os outros a autoridade correspondente ao grau de superioridade que hajam alcançado, autoridade que eles exercem por um ascendente moral irresistível."
A autoridade moral é semelhante à autoridade do pai para com o filho, ou seja, o pai que conquista a confiança e o respeito do filho, através dos bons exemplos e conselhos, sendo firme e maleável nos momentos que assim o exijam, ajudando-o em seu aperfeiçoamento espiritual.
Ao contrário do que muitos acreditam, esta autoridade não é conquistada pela imposição — como notamos em uma boa parte do mundo, onde a autoridade sobre um povo é “conquistada” pela tirania, pelo medo — mas, pela superioridade moral de cada um.
E o que vem a ser superioridade moral?
Para responder esta questão, o melhor e maior exemplo que tivemos, ou melhor, temos, é o de Nosso Senhor Jesus Cristo, como o querido médium Chico Xavier O chamava.
Jesus, enquanto encarnado, mostrou-nos a verdadeira autoridade moral. Indicou-nos “o Caminho, a Verdade e a Vida”. Mesmo os Seus contraditores sentiam, em seu íntimo, fascinação por Ele, através da autoridade que possuía.
Tinha como regra de conduta as Leis Divinas. Respeitava o próximo, mesmo quando o próximo transgredisse tais Leis.
Nota-se, também, que Jesus não exerceu nenhum cargo importante, nem possuía títulos de “nobreza” — títulos estes ainda tão prezados na Terra.
Ele não foi governante nem exerceu qualquer cargo na igreja. Ao contrário, foi o mais humilde entre todos.
Curou os doentes e aliviou as suas dores, sem ser médico do corpo, mas médico da alma.
Livrou a muitos de obsessões terríveis, levando o entendimento, sem que tivesse o rótulo de espírita.
Entendia e orientava quem Lhe procurasse, sem ser psicólogo.
Durante o Sermão da Montanha, onde centenas O ouviam, falou-nos sobre o Céu e a Terra, sem que fosse doutor em ciências.
Ensinou a muitos, sem que fosse professor catedrático.
Mostrou-nos que “Fora da Caridade, não há Salvação”.
Diante destas descrições, sobre os exemplos deixados pelo Mestre, podemos afirmar que a superioridade moral do Espírito, encarnado ou não, é a única, verdadeira e perene.
O poder terreno, exercido entre os encarnados, não é uma autoridade real, mas uma autoridade transitória. Portanto, passageira.
Vale ressaltar que dentre os Espíritos desencarnados, ou seja, os que se encontram no Plano Espiritual, existem Espíritos inferiores que possuem autoridade semelhantes a tiranos onde submetem outros Espíritos a seu jugo pelo temor. No livro “Libertação”, André Luiz, descreve uma região espiritual inferior, onde a autoridade é baseada na força.
Assim, concluímos que a verdadeira autoridade é a intelecto-moral, ou seja, a conquistada por cada um, através do trabalho honesto e do estudo salutar e orientada pelo Evangelho de Jesus.
Diante dos exemplos do Cristo, rogamos ao Pai Celeste: Ajuda-nos Senhor! Que permitamos que o Amor prevaleça sobre qualquer ato! Que aprendamos a ser o servo fiel e o filho que o Senhor pede que sejamos. Que aprendamos a respeitar as Suas Leis e a conquistar a verdadeira autoridade pelo Amor!
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB.Esta é uma livre interpretação.