O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 16 - Item 7
O artigo de hoje abrange uma livre interpretação do texto contido no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Se a riqueza fosse um impedimento para o homem evoluir, Deus, não a colocaria nas mãos de alguns um instrumento de perdição.
Sem dúvida que, pela fascinação, a riqueza gera tentações e é uma prova mais arriscada que a da pobreza, mas Jesus nos mostra que não é impossível, pois há quem a utilize com bom propósito e discernimento.
O Livro dos Espíritos, na questão 261, nos esclarece que um espírito pode, por exemplo, pedir a riqueza e esta ser concedida. E assim, conforme o seu caráter, este espírito poderá se tornar avarento ou mesquinho, egoísta ou generoso, ou ainda se lançar a todos os gozos da sensualidade.
Mas se a riqueza é a causa de tantos males, então devemos atribuir a culpa ao homem que dela abusa e torna nocivas as utilidades que ela poderia trazer, pois Deus não a poria sobre a Terra se devesse ela apenas produzir o mal. Condenar a riqueza seria condenar o trabalho que a proporcionou, e estaria em contradição com a lei do progresso, que é uma lei de Deus.
É necessário lembrar que o homem, tem como missão, melhorar o planeta, adequando-o para, um dia, receber toda a população que a Terra pode comportar.
O homem precisa, ainda, buscar as boas relações entre os povos, encurtar as distâncias entre eles, tornar os meios de comunicação mais eficientes.
Junto à Ciência, o homem busca executar suas atividades de forma mais eficiente mas, para isto, precisa de recursos, daí a necessidade da riqueza. São estas atividades materiais que desenvolvem a inteligência do homem e o fará, mais tarde, compreender as grandes verdades morais. É por isso que a riqueza é considerada um elemento do progresso humano, da evolução moral, do desenvolvimento da inteligência humana e cabe ao homem fazer bom uso para sua evolução.
A questão 816 de O Livro dos Espíritos nos diz que quanto mais rica e poderosa é uma pessoa, mais obrigações ela tem a cumprir e mais abundantes são os meios que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder.
Como dispõe a questão 896 de O Livro dos Espíritos, lembremos que a riqueza representa um depósito do qual se deve prestar contas, pois será necessário responder por todo o bem que podia ser feito e não o foi, por todas as lágrimas que poderiam ter sido estancadas com o dinheiro que foi dado àqueles que não precisavam.
Aquele que a têm recebeu um empréstimo e não uma doação, e deve, portanto, administrá-la com sabedoria, pois cada um terá que responder pelas privações que houver causado nos outros.
Equipe Vida e Espiritismo
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3 ed. França.