O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo 24 | Não por a luz debaixo do móvel
Disse Jesus:
— Não se acende uma luz para colocá-la debaixo do móvel, mas no velador, para que ilumine a todos.
E os discípulos de Jesus chegaram até Ele e perguntaram:
— Senhor, por que lhes fala por parábolas?
Jesus respondeu:
— Porque para vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus; mas para eles não foi dado. Falo por parábolas, porque eles não vêem, não ouvem e nem entendem.
Nessas passagens do Evangelho de Mateus, Jesus explica que muitos ainda não estavam preparados para compreender certas coisas. Portanto, contar-lhes tudo seria inútil.
Todo ensinamento deve ser proporcional à capacidade de compreensão daquele a quem se dirige.
A Providência Divina revela as verdades para as sucessivas gerações, gradualmente, à medida que a Humanidade vai amadurecendo.
Tudo o que está oculto, um dia será descoberto e aquilo que o homem não puder compreender na Terra, será revelado em mundos mais avançados.
Jesus expressava-se por parábolas sobre questões abstratas de Sua Doutrina, mas, foi perfeitamente claro sobre a condição única da evolução: a caridade e a humildade.
E assim, o Espiritismo vem prudentemente trazer luz sobre uma série de pontos obscuros.
Esta é uma livre interpretação.Jesus disse aos Seus doze apóstolos: “Não vá até os pagãos; antes vá às ovelhas perdidas. Nos lugares onde vocês forem, preguem, dizendo que o Reino de Deus está próximo.”
Essa passagem, contida no Evangelho de Mateus, enfatiza a missão que Jesus deu a cada um de Seus apóstolos: semear Seus ensinamentos.
Ao dizer ainda “Não vá até os pagãos", Jesus evita que Seus apóstolos, que não estavam suficientemente iluminados e preparados, lidem com uma tarefa ainda mais difícil, afinal Ele sabia que a conversão dos pagãos viria no momento oportuno, pois ideias são como sementes: não podem germinar antes do tempo, por isso é melhor esperar o momento certo e cultivar as que germinam primeiro.
Da mesma forma ocorre com o Espiritismo, os ensinamentos devem ser levados àqueles que possuem boa vontade, aos que desejam ver a luz e não querem perder tempo.
Esta é uma livre interpretação.Jesus estava à mesa e vieram muitos cobradores de impostos e pecadores, que se sentaram com Ele e Seus discípulos. Alguns, ao verem isso, disseram aos discípulos:
— Por que seu Mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?
Jesus ouvindo o que disseram, respondeu:
— Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os doentes.
Jesus dirigia-se, principalmente, aos pobres e desfavorecidos, porque são eles os que mais necessitam de consolo; Jesus dirigia-se às pessoas dóceis e de boa fé e não aos orgulhosos, que julgam não necessitar de nada.
Estas palavras, contidas no Evangelho de Mateus, como tantas outras, encontram explicação no Espiritismo.
Muitas pessoas ficam surpresas que a mediunidade seja concedida àqueles que não merecem e que fazem mau uso dela. Pensam que uma faculdade tão preciosa deveria ser atributo apenas dos mais merecedores.
A mediunidade é uma faculdade da qual todos podem ser dotados, como ver, ouvir, falar e aquele que fizer mal uso dela, como de qualquer faculdade, será cobrado pela Justiça Divina.
Esta é uma livre interpretação.A mediunidade é concedida indistintamente para que os espíritos possam levar luz a toda Humanidade. Para o virtuoso a luz pode fortalecê-lo no bem e para o vicioso pode corrigi-lo. Aliás, não são estes últimos que precisam de médico? Por que Deus não os ajudaria?
Os bons Espíritos vêm em auxílio dos viciosos para que os conselhos que recebem diretamente os impressione. Deus, em Sua bondade, os poupa do trabalho de ir buscar estes sábios conselhos por canais indiretos.
Ao verem por si próprios, ouvirem e escreverem, os viciosos serão capazes de perceberem seus próprios erros. Se não aproveitarem para si os bons conselhos que recebem, perdem a faculdade mediúnica ou a adulteram. Com isso, maus espíritos se apoderam deles para obsidiá-los ou enganá-los.
A mediunidade não implica necessariamente em comunicação rotineira com espíritos superiores. É, simplesmente, uma aptidão para servir de instrumento de comunicação com espíritos de qualquer classe.
O bom médium não é aquele que se comunica facilmente, mas que tem sua mediunidade assistida pelos bons espíritos. Por isso, as qualidades morais são tão importantes para a mediunidade.
Esta é uma livre interpretação.Jesus disse:
— Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na Sua glória e na do Seu Pai.
Nesta passagem do Evangelho de Lucas, Jesus censura aqueles que tiverem receio de se confessar discípulo da verdade porque, de fato, esses têm medo de se prejudicar, portanto, possuem uma fé egoísta.
Aqueles que enfrentam os perigos, as perseguições, as contradições e o sarcasmo, confessando abertamente suas ideias de acordo com o Evangelho de Jesus, têm seu mérito, têm coragem.
Da mesma forma, aqueles que colocam essa verdade acima de seus interesses materiais e a proclamam abertamente, trabalhando ao mesmo tempo para a sua evolução espiritual e a dos outros, receberão os benefícios de sua fé.
Estas palavras de Jesus também se aplicam aos espíritas, visto que o Espiritismo é o desenvolvimento e a aplicação do Evangelho de Jesus.
Aquilo que semearem na Terra colherão na vida espiritual, ou seja, colherão os frutos da coragem de sua fé ou de sua fraqueza moral.
Esta é uma livre interpretação.Jesus disse:
“Bem-aventurado será quando vos odiarem, repelirem, caluniarem e rejeitarem seu nome como algo ruim por causa do Filho do Homem. Alegre-se nesse dia, porque será grande a sua recompensa no Céu."
"Se alguém quiser me seguir, negue a si mesmo, carregue a sua cruz e me siga. Porque quem quiser salvar a sua vida a perderá e aquele que a perder por Minha causa e pelo Evangelho, será salvo. De que adiantaria ganhar o mundo e se perder?”
Estas passagens estão nos Evangelhos de Lucas e Marcos.
Jesus orienta que deve-se suportar com coragem os sofrimentos causados pela própria fé.
É preciso alegrar-se quando se recebe a oportunidade de provar a fé, porque o mal recebido será convertido em proveito próprio. É preciso ter piedade e não julgar.
Aquele que renuncia a Jesus porque pensa somente em si mesmo e em seus bens materiais e que sacrifica os bens celestiais por prazeres terrenos, perderá os benefícios do Reino dos Céus, pois já recebeu sua recompensa. Enquanto aquele que tiver perdido tudo, pela vitória da verdade, receberá na vida espiritual as recompensas de sua coragem, de sua perseverança e de sua abnegação.
Esta é uma livre interpretação.