O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo 26 | Dê de graça o que recebeu de graça
Disse Jesus:
— Cure os doentes, ressuscite os mortos, cure os leprosos, expulse os demônios. Dê de graça o que recebeu de graça.
Esta passagem está no Evangelho de Mateus.
Jesus, ao dizer a Seus discípulos “Dê de graça o que recebeu de graça” orienta que ninguém deve cobrar por aquilo que não pagou.
Os discípulos receberam de graça a capacidade de curar os enfermos e afastar os demônios, isto é, os espíritos maus. Este dom foi dado a eles gratuitamente por Deus para aliviar a dor dos que sofrem e para ajudar na propagação da fé.
Por esta razão, Jesus os alerta para que não façam disso um comércio, nem um objeto de especulação e nem um meio de vida, cobrando por algo que não pagaram.
Esta é uma livre interpretação.Jesus, na presença do povo que O ouvia, disse aos Seus discípulos:
— Cuidado com aqueles que gostam de andar com longas túnicas, que gostam de ser cumprimentados em lugares públicos e querem os primeiros lugares. Eles, fingindo fazer longas preces, devoram as casas das viúvas.
Esta passagem está nos Evangelhos de Lucas, Marcos e Mateus.
Jesus orienta Seus discípulos que não cobrem por suas preces.
A prece é um ato de caridade, um impulso do coração. Cobrar pelas preces destinadas a Deus, a pedido de outra pessoa, é se transformar em um intermediário assalariado.
Quem paga por uma prece acredita que, na maioria das vezes, está dispensado de orar, porque já pagou por ela. Contudo, os bons Espíritos são tocados pelo fervor dos bons pensamentos daquele que faz a prece e se interessa por eles.
Deus não vende as generosidades que concede a cada um.
Deus não exige nenhuma soma em dinheiro, por um ato de clemência, bondade ou justiça que alguém Lhe pede.
Deus não concede a ninguém o direito de cobrar por Sua justiça, pois a justiça Divina é para todos.
Esta é uma livre interpretação.Jesus e Seus discípulos chegaram em Jerusalém.
Entrando no Templo, Jesus expulsou todos aqueles que ali vendiam e compravam. Jesus também não permitiu que ninguém carregasse nenhum utensílio pelo Templo. Em seguida, disse:
— Não está escrito “A minha casa será chamada casa de oração”? E mesmo assim, a transformaram em um covil de ladrões.
Este acontecimento chegou aos ouvidos dos sacerdotes e de outros que procuravam uma maneira de matar Jesus, pois eles O temiam, porque toda a multidão admirava a Sua Doutrina.
Esta passagem está nos Evangelhos de Mateus e de Marcos.
Jesus expulsou os vendedores do Templo, pois condena o comércio de coisas sagradas de qualquer forma.
Deus não vende Sua bênção, Seu perdão ou a entrada no Reino dos Céus. Portanto, o homem, não tem o direito de cobrar pelo que é Divino.
Esta é uma livre interpretação.Os médiuns receberam de Deus o dom da mediunidade gratuitamente, ou seja, o dom de serem intérpretes dos Espíritos, para instruir os homens e mostrar-lhes o caminho do bem. Como aquilo que receberam são dos Espíritos, esses médiuns não podem vender o que não lhes pertence.
Deus quer que Sua luz alcance a todos, mas não quer que os mais pobres sejam privados dela, porque não podem pagar por consolo. Portanto, cobrar pelo exercício da mediunidade seria desviá-la de seu objetivo divino.
É por isso que a mediunidade não é privilégio de alguns e está em toda parte.
Os bons Espíritos sentem repulsa pelo egoísmo e se afastam ao menor sinal.
Os Espíritos Superiores não estão à disposição daqueles que os chamam, para que deem comunicação a qualquer momento, bem como, não podem ser evocados à custa de dinheiro. Sem dúvida que existem manifestações espirituais desta maneira, mas quem pode garantir a sinceridade dos espíritos que se prestam a isso?
Espíritos mentirosos, inescrupulosos e espíritos inferiores em geral, estão sempre prontos a responder o que se pergunta sem se preocupar com a verdade.
Esta é uma livre interpretação.Aquele que deseja comunicações sérias com os Espíritos deve solicitá-las de modo igualmente sério. Para isso, a condição fundamental para pedir a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, a devoção e o desinteresse material.
A mediunidade não é uma profissão. Como é um dom concedido por Deus, a mediunidade é uma faculdade essencialmente móvel. Portanto, explorar esse dom é dispor de algo do qual não se tem domínio; afirmar o contrário, é enganar aos outros.
Para o Espírita a mediunidade é algo sagrado e deve ser praticada de modo igualmente sagrado. Se há uma mediunidade que requer essa condição de forma absoluta, é a mediunidade de cura.
O médium de cura transmite os fluídos benéficos dos bons Espíritos e, por isso, não tem o direito de vendê-los.
Aquele que não tem com o que viver, busque, portanto, recursos de outra forma, mas não na mediunidade.
Jesus e Seus Apóstolos, que também eram médiuns, embora pobres, não cobravam pelas curas que realizavam.
Os bons Espíritos levam em conta a dedicação e os sacrifícios do médium. Por outro lado, se afastam daqueles que exploram a mediunidade em benefício próprio.
Esta é uma livre interpretação.