O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo 13 | Não sabia a tua mão esquerda o que faz a tua direita
Disse Jesus: “Quando der esmola, não saiba a sua mão esquerda o que faz a sua mão direita.”
Esta passagem está contida no Evangelho de Mateus.
Com esta frase, Jesus esclarece que a beneficência deve ser feita com modéstia, sem ostentação.
Fazer o bem sem se exibir diante dos outros, é próprio daquele que tem fé em Deus e, ainda, possui uma grande superioridade moral e não espera por nenhuma recompensa.
Porém, há aqueles que fazem o bem mostrando a todos aquilo que realizou. De fato, este busca apenas a satisfação de seu próprio orgulho. Aqueles que assim o fazem, já receberam sua recompensa aqui na Terra.
Há, ainda, aqueles que buscam testemunhos de reconhecimento do bem que fizeram, impondo humilhações e sacrifícios ao beneficiado. Para este, não há recompensa alguma.
O bem praticado sem ostentação e com modéstia tem duplo mérito, pois, além de ser a prática da caridade material, é também a prática da caridade moral.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Nas calamidades vemos impulsos generosos; porém, existem milhares de infortúnios ocultos que passam desapercebidos, mas que a verdadeira generosidade sabe descobrir.
Uma senhora acompanhada de sua jovem filha, ambas vestidas modestamente, entram em uma casa simples para encontrar uma mãe com filhos pequenos. A senhora leva-lhes o necessário com palavras consoladoras e eles aceitam felizes o benefício, sem se envergonharem; o pai está no hospital e a mãe não consegue atender às necessidades da família. Graças a esta senhora as crianças não passam frio, nem fome e se alguém adoecer, ela os ajuda.
Depois vai ao hospital para tranquilizar o pai, levando-lhe notícias sobre sua família.
Na esquina, um carro a espera com tudo o que leva aos que sempre visita.
Para ela todos são seus irmãos e filhos de Deus. Para os desafortunados ela é o anjo da consolação e a bendizem.
Sua roupa modesta é para não humilhar ninguém com seu luxo. Ela está sempre acompanhada de sua filha para ensiná-la a praticar a caridade com suas próprias ações, virtudes ensinadas por Jesus.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês."Certa vez, Jesus observava os ricos fazerem suas doações e viu também uma viúva doar duas pequenas moedas. Jesus, então, chamando seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos, porque todos os outros deram da sua abundância, mas ela deu da sua pobreza, deu todo o sustento que tinha."
Esta passagem está contida no Evangelho de Lucas.
Muitas pessoas alegam que não podem fazer o bem por falta de recursos financeiros. Infelizmente, a maioria sonha em enriquecer facilmente e sem esforço para depois pensar em doar algo.
No entanto, a verdadeira caridade consiste em pensar primeiro nos outros, antes de pensar em si mesmo, empregando suas forças, talentos e inteligência, para realização dos bons propósitos.
O verdadeiro óbolo, ou seja, a verdadeira doação, é aquela que se faz sem qualquer interesse pessoal.
Todo aquele que deseja ser útil aos outros, possui dezenas de formas de ser útil. Sempre é possível prestar um serviço, levar palavras de conforto, minimizar o sofrimento de alguém. Cada um pode doar parte de seu tempo e de seu descanso. E, para isto, não é necessário recurso financeiro algum.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Jesus, em certa ocasião, disse: “quando der um jantar, ou uma ceia, não chame os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os vizinhos ricos, para que não aconteça que eles também te convidem e seja recompensado. Mas, quando fizer um convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos, e será bem-aventurado; porque eles não têm com que te recompensar; mas será recompensado na ressurreição dos justos.”
Nesta passagem do Evangelho de Lucas, Jesus ensina que não se deve fazer o bem com o objetivo de ser retribuído, mas apenas pelo prazer de fazer o bem.
Jesus diz para convidar os pobres e desfavorecidos, porque eles não poderão devolver nada; e, por “jantar” ou “ceia”, devemos entender não as refeições propriamente ditas, mas a participação na abundância do que desfrutamos.
Aqueles que “convidam”, que ajudam os menos felizes e fazem por bondade, sem ostentação, sabem esconder o benefício com uma cordialidade sincera, como é ensinado por Jesus.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação dos textos de Irmã Rosália e de um Espírito Protetor, de 1860.
Muitos perguntam: como praticar a caridade, se nem para mim tenho o que é necessário?
Existem muitas formas de praticar a caridade e, todos, podem fazê-la por meio de bons pensamentos, boas ações e palavras de conforto.
A caridade moral pode ser praticada por todos, pois nada custa materialmente. Porém, é a mais difícil de ser praticada entre os homens. Ela consiste em apoiar-se mutuamente, não notar os erros dos outros e não desprezar o próximo. Entretanto, essa caridade não deve impedir a caridade material.
Todos seriam felizes se não houvesse mais ódio ou ressentimento; se do supérfluo da mesa de cada um, aquele que tem fome pudesse se alimentar; se cada pensamento fosse voltado ao bem do próximo.
Deus, em Sua infinita bondade e misericórdia, colocou, no fundo da mente e do coração de cada um, uma sentinela chamada consciência. É fundamental ouvi-la.
Pratique a máxima do Cristo: "Amai-vos uns aos outros" e receberá a felicidade e consolo.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação dos textos de Adolfo, Vicente de Paulo, Cáritas e João, entre 1858 e 1861.
A beneficência traz ao coração as mais puras e doces alegrias que não são perturbadas nem pela indiferença e nem pelo remorso. A generosidade é um sentimento que permite olhar o outro do mesmo modo que olhamos para si mesmos.
Quando estiver aborrecido, lance um olhar sobre aqueles que se encontram em situação pior e notará quantas pessoas pode ajudar.
A beneficência, portanto, é o remédio contra as aflições da vida, fazendo a alegria renascer onde só havia desespero.
A verdadeira felicidade consiste em aliviar o coração daqueles que sofrem.
A caridade é o caminho principal que nos conduz a Deus. É a virtude fundamental emanada de Deus. É ela que traz paz ao coração, o contentamento à alma, o remédio para as aflições da vida. A caridade é o caminho da evolução espiritual.
Todos podem dar ou compartilhar algo com quem não tem. Sua riqueza na Terra será um pouco menor, mas as bênçãos junto a Deus serão abundantes.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de um Espírito protetor, de 1861.
Dois homens acabavam de morrer, mas antes deles morrerem, Deus disse:
— Enquanto esses dois homens viverem, cada um terá um saco para colocar suas boas ações. Quando morrerem, estes dois sacos serão pesados.
Eis que ambos morreram e os sacos foram levados até Deus.
Um era grande, pesado e o outro era muito pequeno, dando para ver as poucas moedas.
— Este saco é meu, pois doava muito. Disse o rico.
— Este menor é meu. Sempre fui pobre e quase nada tinha para dar. Disse o outro homem.
Após os dois sacos serem colocados na balança, o maior se tornou leve e o menor mais pesado.
Deus então disse ao rico:
— Você deu muito, mas por ostentação, para ver seu nome aparecer e não se privou de nada. Vá e fique satisfeito que tuas esmolas ainda serão contadas, mas com menor valor.
E Deus disse ao pobre:
— Você deu muito pouco, mas cada doação era uma privação para você. Fazia a caridade com naturalidade, sem esperar nada em troca; foi indulgente; não julgou o seu próximo e os perdoou. Vá e receba a sua recompensa.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de Miguel, de 1862.
A piedade é uma virtude, irmã da caridade, que nos conduz à Deus.
Diante do sofrimento dos semelhantes, a piedade traz o bálsamo que alivia as dores e os sofrimentos do próximo.
Piedade é amor e devotamento aos outros. É o esquecimento de si mesmo em favor dos desafortunados. É a mesma virtude praticada por Jesus durante toda a sua passagem na Terra.
Quando a doutrina de Jesus for restabelecida, ela fará reinar a felicidade, o entendimento, a paz e o amor entre todos.
A piedade é um sentimento capaz de domar o orgulho e o egoísmo, promovendo a evolução, pois causa uma emoção viva no íntimo dos seres, fazendo com que se estenda a mão aos que necessitam.
Não fiquemos indiferentes aos sofrimentos, quando podemos ser úteis.
Com o sentimento de piedade, no contato com as desgraças dos semelhantes, seremos capazes de devolver aos seus corações, a coragem e a esperança.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de um Espírito familiar, de 1860.
Meus irmãos, amem os órfãos. É triste estar sozinho e abandonado, especialmente na infância!
Deus permite que haja órfãos para nos encorajar a lhes servir como pais.
É caridade ajudar um órfão indefeso; evitar que passe fome e frio; contribuir para que sua alma não se perca no vício!
A criança que é amparada hoje pode ter te ajudado em outra encarnação e, neste caso, não seria mais caridade, mas um dever para com ela.
Todo sofredor é seu irmão e tem direito à sua caridade!
Doe com delicadeza, acrescente ao benefício uma palavra gentil e um sorriso amigo.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de um Guia protetor, de 1862.
Aqueles que recebem a ingratidão em troca dos benefícios prestados aos outros e que, por isto, não mais querem fazer o bem, tem mais egoísmo do que caridade em seus corações, pois não estão fazendo o bem com um completo desinteresse pessoal. De fato, somente o bem que é feito sem esperar nada em troca, que é levado em conta por Deus.
É preciso ajudar a quem necessite, mesmo que este não agradeça pelo bem recebido. Deus permite que o homem, às vezes, seja pago com ingratidão para testar sua perseverança em fazer o bem.
Um benefício nunca se perde, pois é uma semente que germinará com o tempo.
Aquele que ajuda contribui para a evolução moral e espiritual de quem é ingrato, bem como, com a sua própria evolução.
Se o homem fosse capaz de enxergar as relações existentes entre todos os seres, veria a bondade de Deus que, para o progresso mútuo, permite que todos revivam com aqueles que já viveram.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de Luís, de 1860.
Quando se pratica o bem apenas entre aqueles que são de uma mesma opinião, crença ou de um mesmo partido, de fato, o conceito de beneficência não foi bem entendido.
O verdadeiro cristão vê todos os seus semelhantes como irmãos e os socorre sem perguntar qual sua crença, religião ou qual sua opinião.
De fato, a ajuda deve ser, inclusive, para aqueles que são inimigos, como recomendou Jesus.
A beneficência deve ser feita a todos, sem distinção.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.