O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo 17 | Seja perfeito
Jesus disse: Ame seus inimigos; faça o bem aos que te odeiam e ore pelos que te perseguem e caluniam; porque se você amar apenas aqueles que o amam, que mérito você tem? Os coletores de impostos também não fazem isso? E se você cumprimenta apenas seus irmãos, o que faz mais do que os outros? Os pagãos não fazem isso também? Portanto, seja perfeito, como o vosso Pai celestial é perfeito.
Não é possível atingir a perfeição igual a de Deus, mas todos podem atingir uma perfeição relativa. Jesus mostra que a essência dessa perfeição é a caridade em seu sentido mais amplo, porque envolve a prática de todas as outras virtudes.
Todos os vícios têm como princípio o egoísmo e o orgulho, que são a negação da caridade. Tudo que exalta o ego do homem destrói, ou enfraquece os elementos da verdadeira caridade que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e a devoção.
Portanto, o grau de perfeição é proporcional à extensão do amor ao próximo, até o amor aos inimigos.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.O verdadeiro homem de bem pratica a lei da justiça, do amor e da caridade. Ele questiona sua consciência sobre seus atos, se pergunta se não violou essa lei; se não fez o mal; se fez todo o bem que podia; se intencionalmente deixou de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele; finalmente, se fez aos outros tudo o que gostaria que fosse feito por ele.
Ele tem fé em Deus, em Sua bondade, em Sua justiça, em Sua sabedoria; ele sabe que nada acontece sem a permissão Divina e se submete à Sua vontade.
O homem de bem tem fé no futuro e, por isso, coloca os bens espirituais acima dos bens materiais.
Ele sabe que todas as dificuldades da vida, as dores e as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem se queixar.
Ele retribui o mal com o bem, defende o fraco, sem esperar nada em troca.
Ele encontra satisfação nas tarefas que executa, nas alegrias que leva aos outros, nas lágrimas que seca, nas consolações que dá aos aflitos. Seu primeiro impulso é buscar os interesses dos outros antes dos seus.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.O verdadeiro homem de bem é humano e benevolente com todos, independente de raça, crença ou opinião, pois vê todos como irmãos e não reprova aqueles que não pensam como ele.
Ele não tem ódio, nem ressentimento, nem desejo de vingança; ele perdoa e esquece as ofensas. Em todas as circunstâncias, a caridade é sua guia.
Ele é indulgente com as fraquezas dos outros, porque sabe que ele mesmo precisa de indulgência, e se lembra das palavras de Jesus: “Aquele que não tem pecado, atire a primeira pedra”.
O homem de bem não tem prazer em procurar os defeitos dos outros e nem exibi-los mas, se necessário, ele sempre busca atenuar o mal.
Ele estuda suas próprias imperfeições e trabalha incansavelmente para combatê-las.
Ele não procura valorizar sua inteligência ou seus talentos às custas de outros; pelo contrário, ele aproveita todas as oportunidades para valorizar os outros.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.O verdadeiro homem de bem não tem nenhuma vaidade, não se orgulha de sua fortuna, nem de suas características pessoais, porque sabe que tudo o que lhe foi dado pode lhe ser tirado.
Ele usa de forma correta os bens que lhe foram confiados, porque sabe que terá de prestar contas destes bens e não deve utilizá-los para satisfazer seus vícios.
Se há outros que dependem dele, os trata com bondade e boa vontade, porque todos são iguais perante Deus. Ele usa de sua autoridade para elevar o ânimo deles e não para esmagá-los com seu orgulho. Ele evita tudo o que possa tornar a posição do subordinado mais dolorosa. E quando ocupa a posição de subordinado, entende seus deveres e se empenha ao máximo para cumpri-los honestamente.
Enfim, o homem de bem, respeita todos os direitos de seus semelhantes, como gostaria que os seus fossem respeitados.
Não estão descritas aqui todas as qualidades do homem de bem, mas aquele se esforça para possuir as que foram mencionadas, está no caminho que conduz a todas as outras.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.O Espiritismo, quando bem compreendido e praticado, conduz o homem a ser o verdadeiro homem de bem, o verdadeiro cristão.
O Espiritismo não cria nenhuma nova moral, mas facilita a compreensão sobre a moral de Jesus.
O Espiritismo não contém alegorias nem figuras que podem dificultar o entendimento ou dar origem a falsas interpretações; sua essência é a clareza. Não há mistérios.
Muitos Espíritas acreditam nas manifestações mediúnicas, entretanto, não entendem nem as consequências e nem o significado moral destas manifestações ou, se compreendem, acreditam que não são aplicadas a eles mesmos.
Desta forma, reconhece-se como bons espíritas aqueles que estudam o Espiritismo com afinco, independente da idade e aplicam-no em sua transformação moral, empregando esforços para combater e domar suas más inclinações.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Mateus em seu Evangelho escreveu:
Certo dia, Jesus saiu de casa e sentou-se à beira-mar.
Uma grande multidão reuniu-se ao redor dele. Ele, então, subiu em um barco e sentou-se; e toda a multidão ficou em pé na praia.
E Jesus contou a seguinte parábola:
“O semeador saiu para semear. E, enquanto estava semeando, uma parte das sementes caiu ao longo do caminho e vieram os pássaros e as comeram.
Outra parte das sementes caiu em meio às pedras, onde não havia muita terra. Logo que começaram a brotar, não desenvolveram raiz e como o solo não tinha muita profundidade, veio o sol e as queimou.
Outras, caíram no meio de espinhos e os espinhos as sufocaram.
Por fim, outra parte das sementes caiu em boa terra e renderam muitos frutos.
Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça.”
Eis a Parábola do Semeador.
Nesta parábola, Jesus apresenta as variações de como utilizamos os ensinamentos do Evangelho.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Na Parábola do Semeador, Jesus esclarece que aquele que recebe os ensinamentos divinos, mas sem dar-lhes atenção, é semelhante às sementes que se perderam ao longo do caminho.
Aquele que recebe os ensinamentos com alegria, mas quando estes duram pouco em seu coração, é semelhante às sementes que caíram em meio às pedras.
Aquele que recebe os ensinamentos, mas a ilusão da riqueza o faz insensível e infrutífero, é semelhante às sementes que caíram em meio aos espinhos.
Por fim, há aqueles que recebem os ensinamentos e estes rendem bons frutos.
A Parábola do Semeador demonstra as formas que utilizamos os ensinamentos do Evangelho, que para muitas pessoas são letras mortas e nada produzem de bom.
Muitos, se apegam aos fenômenos mediúnicos apenas por curiosidade.
Outros tantos, buscam a comunicação com os Espíritos e se interessam apenas por isso, enquanto satisfazem sua imaginação, mas que depois de ouvi-los, continuam indiferentes e frios como antes.
Outros ainda acham os conselhos muito bons, porém, são aplicados apenas aos outros, mas não para si mesmo.
E, finalmente, há aqueles que ouvem as instruções dos Espíritos, alinhadas ao Evangelho e, com elas, produzem bons resultados.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de Lázaro, de 1863.
O dever é a obrigação moral, primeiro para consigo mesmo e depois para com os outros.
O dever do homem é de acordo com o seu livre-arbítrio. A consciência o adverte, mas muitas vezes ele permanece impotente diante das falsidades da paixão.
O dever é o resumo de todas as obrigações morais; é a alma corajosa que enfrenta as angústias da luta entre o bem e o mal.
O dever é severo, brando e flexível, diante dos diversos acontecimentos da vida, mas permanece inflexível diante das tentações.
O homem que cumpre seu dever, ama a Deus mais do que às criaturas e às criaturas mais do que a si mesmo; ele é, ao mesmo tempo, juiz e réu de sua própria causa.
O dever preserva o homem dos males da vida e dá à alma o vigor necessário para a sua evolução.
O dever cresce em cada um dos estágios superiores da Humanidade, pois a obrigação moral do homem para com Deus nunca termina.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de François-Nicolas-Madeleine, de 1863.
A virtude, no mais alto grau, abrange todas as qualidades do homem de bem, ou seja, ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto.
Infelizmente, essas qualidades, são acompanhadas, muitas vezes, de pequenas enfermidades morais.
Aquele que exibe suas virtudes, não é virtuoso, pois lhe falta a qualidade principal: a modéstia. A verdadeira virtude consiste em não se exibir.
Todos os homens virtuosos praticam o bem com total desinteresse e completo esquecimento de si mesmos.
Remova do coração o orgulho, a vaidade, que sempre diminuem as melhores qualidades.
Não imite aquele que se apresenta como modelo e que engrandece a si mesmo. Este tipo de ostentação esconde uma série de defeitos. O homem que assim faz, anula todo o mérito que poderia ter.
É admissível que aquele que pratica o bem, sinta no fundo do coração uma satisfação muito grande, porém, não deve esperar elogios por aquilo que praticou.
Mais vale ter poucas virtudes, mas todas com modéstia, do que muitas com orgulho.
É pelo orgulho que sucessivas gerações se perderam e é pela humildade que, um dia, deverão se redimir.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de François-Nicolas-Madeleine, de 1863.
A autoridade não é conferida a alguém para lhe proporcionar o prazer de mandar e nem é uma propriedade, visto que Deus a retira quando achar necessário. Portanto, ninguém pode dizer que algo lhe pertence quando isto lhe pode ser retirado, sem seu consentimento.
A autoridade, da mesma forma que a riqueza, é uma concessão feita por Deus e, aquele que a possui, deverá prestar contas desta autoridade. Responderá, ainda, pelo bom ou mau uso que fizer, pelas faltas cometidas e pelos maus exemplos. Do mesmo modo, colherá bons frutos se a empregar para o bem.
Todo homem tem uma missão, grande ou pequena, e esta deve ser sempre para o bem. Deus confere a autoridade como missão ou prova.
Todo aquele que se desvia do caminho do bem, adquire uma dívida e, cedo ou tarde, terá que pagá-la.
O espírita tem consciência que não pode retribuir o mal com o mal. Se sofre, é provável que tenha abusado de sua autoridade no passado e deve sentir os inconvenientes disso. O Espiritismo o ensina a se resignar através da humildade.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de um Espírito Protetor, de 1863.
O sentimento de piedade deve animar o coração daqueles que se reúnem perante os olhos do Senhor e imploram a ajuda dos bons Espíritos. O homem deve purificar seu coração e eliminar os sentimentos mundanos ou fúteis, para que os bons Espíritos o ajude a gerar os frutos da caridade e da justiça.
O homem é chamado a conviver com espíritos de diferentes naturezas e de gostos opostos, e, somente no contato com o próximo é que encontrará a oportunidade de praticar a caridade.
Aquele que se isola, voluntariamente, priva-se do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se e, não tendo que pensar em mais ninguém, além de si mesmo, torna-se egoísta.
A virtude não consiste em ter uma aparência severa e sombria, e rejeitar as alegrias humanas. O homem deve viver de acordo com os homens de seu tempo, mas deve dar às coisas materiais o devido valor.
Antes de iniciar ou terminar uma obra, deve-se elevar o pensamento a Deus, pedir Sua proteção para ter êxito ou Sua bênção ao concluí-la. Os deveres da caridade abrangem todas as posições sociais, desde a menor, até a maior.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.Esta é uma livre interpretação do texto de Georges, um Espírito Protetor, de 1863.
Os cuidados com o corpo, devem ser os mesmos empregados com a alma, visto que a saúde do corpo tem influência direta sobre a alma.
Para que a alma tenha condições de progredir e, também, relativa liberdade, o corpo deve estar saudável.
Há aqueles que pregam que não se deve cuidar do corpo. Outros, que querem rebaixar a alma. Duas formas violentas e absolutamente insensatas.
Supondo que corpo e alma estejam em perfeitas condições, o que se deve fazer então para que haja equilíbrio entre suas necessidades?
O Espiritismo vem em auxílio na solução deste problema, demonstrando as relações existentes entre corpo e alma.
Portanto, é necessário amar a alma, mas também é preciso cuidar do corpo, que é instrumento da alma. Ignorar as necessidades de ambos é ignorar a Lei de Deus. Não se deve castigar o corpo, pois cada um é responsável por ele. Torturá-lo não fará alcançar a perfeição. Para alcançá-la é necessário reformar-se moralmente e respeitar a vontade de Deus.
Esta é uma livre interpretação. Livro consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, edição 3 em francês.